Releases 25/05/2016 - 18:05

Ricardo Guimarães reporta sobre o trauma da recessão nos Estados Unidos


(DINO - 25 mai, 2016) - Ricardo Guimarães, presidente do Banco BMG, lembra que a recessão norte americana acabou sete anos atrás, mas as marcas e os traumas que a crise de 2008 deixaram na economia dos Estados Unidos persistem até os dias atuais. Um exemplo que o presidente do Banco BMG cita é que um trabalhador que ganhava em torno de 100 mil dólares anuais em no início dos anos 2000, passou a ganhar no auge da crise em 2008, metade deste valor. E hoje, passada a crise, esse mesmo trabalhador, muitas vezes, encontra-se em busca de uma nova oportunidade no mercado de trabalho, mesmo que para isso tenha que mudar de cidade ou estado.

Apesar de já ter passado quase uma década desde o fim da crise financeira que abalou o mundo em 2008, dois fatores persistem assolando a economia americana e o psicológico de seus trabalhadores: o desemprego e o subemprego, que prejudicaram em muito a recuperação do fôlego econômico americano, lembra Ricardo Guimarães.

Ricardo Guimarães, do presidente do Banco BMG, lembra que durante os sombrios anos de 2007, 2008 e 2009, no ápice da crise, um em cada seis trabalhadores norte-americanos perdeu o emprego. Hoje, em 2016, cerca de 14 milhões de pessoas economicamente ativas nos estados unidos estão desempregadas ou trabalham apenas em meio período, uma vez que não conseguem uma colocação no mercado de trabalho em tempo integral. Níveis alarmantes para a maior economia do mundo.

Segundo diversos estudos produzidos por órgãos de pesquisa e universidades americanas, os efeitos da crise de 2008 ainda são sentidos mesmo por aqueles que estão trabalhando hoje: os salários ainda são consideravelmente menores, e sem perspectivas de aumentos nos próximos anos, o que afeta toda a qualidade de vida do trabalhador e das futuras gerações, aponta Ricardo Guimarães, do Banco BMG.

Outro fator preocupante são as taxas de crescimento dos Estados Unidos, que persistem em níveis abaixo do esperado e longe de alcançar a sua potencialidade produtiva, o que reverberou na recuperação dos estragos causados pelo desemprego pós-crise financeira.

Ricardo Guimarães, presidente do Banco BMG, cita uma pesquisa realizada por técnicos do banco de investimentos JP Morgan, na qual os estudos apontam um aumento na probabilidade de os Estados Unidos mergulharem em uma nova crise financeira dentro dos próximos três anos.

Trabalhadores que perdem o emprego e voltam a trabalhar em tempos de desemprego alto têm maior probabilidade de voltarem ao mercado de trabalho recebendo um salário menor, alerta Ricardo Guimarães. E essa é uma tendência mesmo para períodos de expansão econômica.

Para os jovens recém-formados o cenário não é muito mais animador. Estudos indicam jovens que acabaram de sair da universidade e conseguiram seu primeiro trabalho, num momento de desemprego algo, tem alta probabilidade de carregarem por anos as chagas do mau período econômico em que ingressaram no mercado de trabalho. Os seus salários tendem a continuar baixos por um longo tempo, apesar de, na maioria das vezes, chegar os valores ideais com o passar dos anos.

Ricardo Guimarães, do Banco BMG, ressalta que o desemprego tem impactos muito mais profundos do que aqueles causados no presente. Suas consequências se estendem por anos e gerações, perturbando todo o andamento de uma economia.