São Paulo, SP--(
DINO - 22 jun, 2017) - O banheiro mais caro do mundo custou cerca de US$ 24 milhões e não é exatamente luxuoso. Desenvolvido pela Nasa, a agência espacial norte-americana, para atender astronautas nos ônibus espaciais, a geringonça é só mais uma demonstração de como a humanidade pode ser genial e desigual em vários sentidos.
Apesar de conseguir ir até a Lua, mais recentemente descobrir planetas possivelmente habitáveis, e até criar um banheiro completo para astronautas, ainda não solucionamos um dos nossos maiores problemas: dar uma destinação inteligente e sustentável aos nossos excrementos.
Atualmente, para 2,4 bilhões de pessoas ? ou pouco mais de um terço da população mundial ?, a rotina diária inclui procurar um lugar para poder fazer as necessidades, já que essa parcela da população não tem acesso a banheiros e sistemas de esgoto adequados. Por água, todos os dias, mais de 750 milhões de pessoas saem de suas casas com latões e baldes na cabeça em busca de algo minimamente potável para beber, cozinhar, ou se lavar, já que elas não têm acesso à água limpa e segura.
O problema é seríssimo. Além de mostrar que uma parte importante da população mundial não tem acesso a um direito considerado essencial pela Organização das Nações Unidas (ONU), a falta de saneamento acarreta em poluição de rios, contaminação e índices vergonhosos de morte por diarreia. Parece brincadeira, mas o "piriri" é a segunda maior causa de morte de crianças em todo o mundo, matando mais que doenças como Aids, tuberculose e sarampo juntas.
Veja animação que reúne números impressionantes sobre o saneamento no mundo Veja vídeo que mostra por que investir em saneamento é garantia de retorno A questão é que embora nem todo mundo goste, precisamos urgentemente falar sobre saneamento. Afinal, a falta de saneamento implica em custos enormes para o mundo: estima-se que são perdidos US$ 260 bilhões todos os anos por causa de mortes em consequência de saneamento inexistente ou precário.
O mais curioso é que em quase todos os países, o gasto militar supera em muito o orçamento destinado para o saneamento básico. "E mesmo sendo sempre um orçamento pequeno, entre 75% e 90% do total vai para assegurar o fornecimento de água limpa", diz a jornalista Rose George, autora do livro "The Big Necessity", em palestra do TED. "Isso é ótimo, todos precisam de água limpa, mas uma humilde latrina, ou um vaso sanitário, por diminuir o risco de contaminação da água, reduz as doenças duas vezes mais do que somente fornecer água limpa", afirma Rose.
O fato é que ninguém gosta muito de falar sobre saneamento, esgoto e água contaminada. É difícil até achar uma palavra melhor que "excrementos", muito embora "eles" façam parte do cotidiano de todo o mundo. Afinal, atividades simples como ligar a torneira, beber um copo de água, preparar alimentos e, depois, ir ao banheiro, dar a descarga e supor que tudo está resolvido já faz parte da vida de boa parte das pessoas que tem água e saneamento garantidos. (CONTINUA)
Continue a leitura do especial "O que é saneamento" no Juntos Pela Água. No link, você confere dois vídeos, infográfico, foto e texto sobre o assunto. Website:
https://www.juntospelaagua.com.br/saneamento-e-a-solucao/