Belo Horizonte--(
DINO - 03 out, 2018) - Em momentos econômicos desafiadores, muitas pessoas tendem a apertar o orçamento para evitar contrair dívidas. Quando a situação melhora, vê-se uma mudança gradual nos hábitos de consumo, que vai ganhando força em escala nacional.
Com a economia brasileira retomando lentamente a estabilidade, muitos brasileiros estão começando a reestruturar o orçamento familiar. Algo que pode colaborar para essa impressão é o fato de que, em agosto deste ano, os depósitos na poupança superaram os saques em R$ 5,8 bilhões.
Segundo o Banco Central, este resultado é o maior já registrado para os meses de agosto desde o ano de 1995. No acumulado de 2018, os depósitos superaram os saques na caderneta em R$ 16,96 bilhões.
Outro fator que pode ter colaborado para esse crescimento no número de depósitos é a instabilidade em relação à economia e à política no período pré e pós eleitoral. Os rumos do que pode acontecer com o resultado das eleições traz insegurança para muitos brasileiros, e isso pode estar influenciando a população a criar reservas de emergência.
No entanto, apesar do crescimento positivo, a poupança pode não ser a melhor saída para quem pensa em guardar dinheiro pensando em um futuro mais tranquilo. Isso porque o rendimento da poupança ainda é baixo se comparado a outros investimentos que oferecem a mesma segurança.
Com a taxa Selic em 6,50% ao ano, os juros anuais da poupança podem chegar a menos de 5%. Enquanto outros títulos, como os do Tesouro Direto e os Certificados de Depósito Bancário, podem render o dobro que a poupança ao ano, dependendo da modalidade.
Contudo, nem todos os brasileiros dispostos a investir e construir uma reserva financeira têm conhecimento sobre o baixo rendimento da poupança e sobre outras opções mais interessantes que a caderneta.
Prova disso vem dos resultados de uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) realizada em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). De acordo com os dados divulgados, nem todos os investidores que fazem aplicações financeiras decidem quando e onde investir a partir de pesquisas ou aconselhamento.
Somente 30% das pessoas que investem parte de sua renda buscam sempre informações sobre investimentos, enquanto 44% só se informam ocasionalmente e 26% dispensam qualquer tipo de orientação.
Entre os que não buscam orientação, 70% afirmam que acabam elegendo modalidades de investimento mais populares. Além disso, 19% preferem decidir onde investir por conta própria e outros 10% julgam melhor delegar o poder de decisão a terceiros.
A pesquisa do SPC Brasil, da CNDL e da CVM também apresentaram dados alarmantes: 11% das pessoas entrevistadas não se preocupam em acompanhar os rendimentos de seus investimentos e 16% não dão a devida atenção aos custos relacionados ao investimentos, mesmo quando estes podem prejudicar sua rentabilidade.
O estudo trouxe outra informação interessante em relação à maturidade dos investidores brasileiros. De acordo com os resultados, investir é uma experiência ainda nova para boa parte dos participantes, isso porque três em cada dez entrevistados começaram a investir há menos de um ano.
Isso pode comprovar a dificuldade de tomar decisões embasadas em informações concretas, a falta de acompanhamento sobre os investimentos realizados e o pouco conhecimento sobre as oportunidades do mercado melhores que a poupança.
Em contrapartida, entre aqueles que preferem investir munidos de informações, 53% costumam pedir orientação ao gerente do banco e 47% fazem pesquisas na internet. Isso mostra que, por um lado, a internet pode ser uma ferramenta poderosa para permitir o acesso a informações especializadas e democratizar o universo dos investimentos. Mas, por outro, evidencia a importância de escolher fontes confiáveis para evitar armadilhas financeiras e aplicações não regulamentadas.
Website:
https://artigos.toroinvestimentos.com.br/poupanca-rendimento-hoje