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DINO - 24 mai, 2016) -
Sergio Cortes reporta que o estudo começou a acontecer quando, ainda em 2014, um grupo de cientistas disponibilizou um aplicativo para smartphone que tinha o intuito de auxiliar as pessoas a enfrentarem os reflexos sofridos pelo corpo humano quando ele é submetido a viagens para lugares com fusos horários distintos, o que é denominado jetlag. O programa, chamado Entrain, permitia que os pesquisadores recebessem informações sobre os hábitos de sono das pessoas que estavam utilizando a aplicação em seus telefones.
A partir disso, os cientistas conseguiram chegar a alguns dados bastante interessantes, como os que mostram que as mulheres dormem mais que os homens e que os holandeses e os neozelandeses costumam ter as noites de sono mais longas do mundo. Já os países onde as pessoas menos dormem são
Brasil, Japão e Cingapura. Com relação aos grupos de pessoas analisados, Sergio Cortes destaca que aquele composto pelos homens de meia idade foi o que apresentou a noite de sono mais curta, de acordo com a pesquisa que foi divulgada na revista Science Advances.
Segundo a equipe de cientistas, que é da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, os dados obtidos no levantamento podem ajudar a criar soluções para o que eles denominaram de "crise de sono global", já que em quase todos os lugares do mundo esse assunto é motivo de preocupação.
Nos países que apresentaram a noite de sono mais reduzida, o principal ponto coincidente e que é determinante para isso é o fato das pessoas terem o hábito de irem dormir mais tarde. Em Cingapura, onde foi identificado o menor período de sono em todo o mundo, com apenas 7h24m, as pessoas costumam ir para a cama apenas por volta de 23h50. No segundo colocado da lista, o Japão, o tempo médio de sono por noite é de 7h30m, sendo que os japoneses começam a dormir às 23h30. Já no Brasil, que ficou em terceiro lugar, as pessoas costumam se deitar por volta das 23h40, passando ao todo 7h36m dormindo.
Sergio Cortes comenta que, segundo os
pesquisadores, quanto mais tempo ficamos acordados durante a noite menos dormimos. Entretanto, apesar de a hora em que nos deitamos ter grande influência no tempo total de sono, o horário em que acordamos parece não fazer muita diferença em relação ao período total que passamos dormindo. Isso acontece, segundo Daniel Forger, um dos cientistas envolvidos na pesquisa, porque nós temos o desejo de permanecermos acordados até mais tarde, porém, pela manhã, o nosso relógio biológico se esforça para que acordemos cedo, o que acaba diminuindo o tempo total de sono. É essa "luta" que faz os cientistas acreditarem que existe uma crise mundial do sono.
Durante o estudo foram constatadas e confrontadas algumas informações sobre determinados grupos de pessoas. Sergio Cortes comenta que um dos
dados mais interessantes foi o que apontou que, em média, as mulheres, principalmente aquelas que têm entre 30 e 60 anos, têm 30 minutos a mais de sono do que os homens por noite. Além disso, foi identificado que os jovens apresentam muitas variações nos horários em que dormem e acordam, sendo que, à medida que a idade vai avançando, essas alterações vão sendo reduzidas. Para concluir, o
médico especialista no assunto destaca que outro dado relevante do estudo foi aquele que mostrou que as pessoas que trabalham ou por outro motivo qualquer passam muito tempo acordadas sob a luz do sol costumam dormir mais cedo.
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https://sergiocortesoficial.com/