São Paulo, SP--(
DINO - 22 out, 2015) - O Brasil viveu momentos de glória em se tratando de concessão de crédito. Balanços mostram que durante os últimos 10 anos tivemos uma forte expansão de empréstimos, redução das taxas de juros, aumento dos prazos médios de financiamento e a redução da inadimplência. A Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) divulgou recentemente que o Brasil teve um crescimento de 490,2% no volume de crédito e ainda, registrou uma queda de 2,6% nos índices de inadimplência.
O cenário seria muito favorável ao crédito e desenvolvimento do nosso país, se não fosse a mudança do nosso cenário econômico e toda crise política que estamos vivendo. A estimativa dos economistas dos bancos é que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) feche o ano de 2015 com o índice de 9,34%, a retração do PIB está estimado em 2,7%, a taxa SELIC fixou em 14,25%, o maior índice nos últimos nove anos, o índice de desemprego fechou em 8,3% no primeiro trimestre deste ano e, com relação a condução política do Brasil, muitos não arriscam a formulação de um futuro cenário.
Apesar de todos os índices que mencionei, há bastante crédito a ser recuperado e, é aí que está o grande desafio para as empresas de cobrança. Ainda que exista um futuro de muito trabalho para essas empresas, o resultado só será considerado, de fato, com o crédito recuperado. No entanto, como trabalhar estas carteiras de inadimplentes, cujo índice divulgado pela Serasa Experian aponta para 24,5% da população brasileira? Como concorrer com o pocket share do inadimplente se ele precisa quitar contas das necessidades básicas (moradia, alimentação, educação)?
O desafio é grande e, por este motivo, o trabalho precisa ser estruturado e alguns investimentos precisam ser feitos, como:
? Contar com especialistas que possam traçar estratégias de cobrança, dentro de uma régua coerente de recuperação. Este já e um bom ponto de partida para se ter um grande diferencial;
? Criar ações de incentivo para que o cliente, há pouco tempo inadimplente, quite seus débitos, enviando um SMS, por exemplo;
? Entender o momento atual do inadimplente e criar regras de negociação que atendam este novo perfil, propondo, por exemplo, prazos diferenciados para quitação;
? Contar com ferramentas inteligentes que possam otimizar os resultados no contato com a pessoa certa e direcioná-las ao operador de forma rápida para negociação;
? Disponibilizar uma ferramenta para que inadimplente possa entrar em contato com a empresa para renegociar seus débitos;
? Scripts de negociação e operadores de cobrança qualificados, motivados e bem treinados;
? Implantação de sistemas de gestão que permitam acompanhar a evolução dos resultados nas mais diversas campanhas;
Todos sabemos que o momento que vivemos é bem difícil e muito complicado para diversos setores, não sendo diferente para o segmento de recuperação de crédito. No entanto, se houver preparo, estrutura, pessoas qualificadas e investimento em ferramentas e tecnologias, os resultados podem ser muito positivos. Essas orientações são válidas não somente para este ano de crise, mas também para 2016, que ainda não será tão promissor. Alguns especialistas dizem que a recuperação de toda esta crise virá apenas em meados de 2017. Mas, se pararmos para pensar, quem conseguir se estruturar muito bem, entender o momento e fazer os investimentos certos agora, sairá bem na frente da concorrência para enfrentar as dificuldades deste e dos próximos anos.
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