São Paulo, SP--(
DINO - 25 jun, 2018) - O setor das HealthTechs, empresas que oferecem soluções de tecnologia à área da saúde, é um dos mercados potenciais mais promissores no Brasil. De um lado, devido à grande demanda e à carência na área de atenção básica de saúde, de outro, pelas limitações de recursos para atender à população.Por esse motivo, inúmeras tecnologias têm sido desenvolvidas com aplicações para este campo, que incluem desde soluções de atendimento automatizado - como os chatbots -, até sistemas de auxílio a diagnóstico por inteligência artificial. "Além disso, tecnologias como Big Data permitem a análise preditiva da evolução do tratamento de pacientes individuais, e até de possíveis epidemias - permitindo ações preventivas em ambos os casos que minimizem os efeitos e reduzam os custos de atendimento, aumentando a eficiência do sistema", destaca Roberto Coletta, diretor da Health Angels, aceleradora de startups atuantes no setor de saúde. Segundo dados da Conta-Satélite de Saúde Brasil 2010-2015, divulgados pelo IBGE no fim de 2017, o consumo final de bens e serviços de saúde no país cresceu e atingiu R$ 546 bilhões, o equivalente a 9,1% do PIB. Deste total, R$ 231 bi (3,9% do PIB) corresponderam a despesas de consumo do governo e R$ 315 bi (5,2% do PIB) a despesas de famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias. O Sistema Único de Saúde (SUS) que atende cerca de 190 milhões de pessoas, enfrenta empecilhos como limitação do orçamento, problemas na administração dos recursos e gestão das unidades. E segundo um estudo da KPMG, mesmo os planos privados de saúde também estão vendo seus custos aumentarem e suas receitas caírem, pois os associados não conseguem arcar com os custos do serviço. Na contramão desses dados, muitas startups estão sendo criadas por empreendedores, alavancando o mercado. "O campo de saúde digital ainda é recente no mundo. A primeira aceleradora focada em startups de saúde surgiu nos Estados Unidos, em 2010, e, no Brasil, em 2015. Diante desse cenário nasceram as HealthTechs", explica Coletta. Entre alguns recursos disponibilizados estão telemedicina, testes genéticos e diagnósticos por videoconferência. Entretanto, para o executivo, assim como o setor brasileiro de saúde, as HealthTechs também enfrentam alguns desafios. "Há barreiras relevantes, desde questões operacionais - por ser um setor ainda controlado pelo sistema público -, até limitações e burocracia para a rápida adoção de tecnologias", afirma. "A resistência cultural à inovação é outro fator que restringe a utilização de sistemas automatizados, como o prontuário eletrônico, ferramenta essencial para o ganho de produtividade e a obtenção de dados para análise", declara.Para Coletta, são necessários mais recursos para investimentos nessas startups. "As aceleradoras devem agregar todo seu conhecimento e experiência a fim de estimular o desenvolvimento das startups no mercado em questão. O setor brasileiro de saúde é, sem dúvida, o segmento com uma das maiores demandas do país. Para enfrentar seus desafios, entretanto, é preciso romper as barreiras burocráticas e culturais", finaliza o executivo.