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DINO - 25 mai, 2016) - Nos últimos cinco anos, o Fundo de Mercados Emergentes Baron, responsável pela administração de cerca de US$ 1,8 bilhão em ações destinadas a países em desenvolvimento, estava se destacando do
mercado de ativos por superar os outros fundos que atuam no ramo. Contudo, em 2016, o Baron já foi superado pela maior parte dos fundos rivais, o que demonstra que os investimentos em mercados emergentes arriscados está mexendo com as estruturas desse meio, noticia
Flavio Maluf.
Além do Baron, outros fundos que vinham apresentando índices positivos nos últimos anos, como é o caso do Fundo de Ações de Mercados Emergentes Calvert e do Fundo de Mercados Emergentes City National Rochdale, também estão registrando perdas substanciais e sendo superados por fundos rivais.
No decorrer dos últimos anos, esses fundos se destacam no mercado basicamente por adotarem uma postura na qual eram evitados os investimentos de maior risco, enquanto paralelamente, eles se concentravam nos países e nas empresas que apresentavam um bom potencial de crescimento para o longo prazo, informa Flavio Maluf. Contudo, esse ano, essa modalidade de investimentos tem perdido a força e sido ofuscada pelos ganhos em ativos que apresentam maior risco.
O
Brasil, por exemplo, está enfrentando uma recessão profunda e vivendo um grave período de instabilidade política, já a Rússia, também vive um momento de crise econômica devido a grande queda nos preços do petróleo e das sanções estabelecidas pelos países ocidentais ao país após a questão envolvendo a Crimeia. Mesmo nesse cenário aparentemente desvantajoso, a bolsa brasileira tem subido consideravelmente no mês de maio, assim como a bolsa da Rússia.
Michael Kass, gerente do fundo Baron, declarou que esse comportamento atual do mercado é, de certo modo, cíclico, e é esperado de tempos em tempos. Apesar da posição atualmente desfavorável do fundo Baron, Kass disse acreditar que os investimentos a longo prazo feitos pelo fundo irão gerar o retorno estimado, destaca o empresário Flavio Maluf.
Quando questionado sobre o assunto, Gary Greenberg, um dos diretores do fundo Calvert, respondeu que o período atual tem sido lucrativo para aqueles que investiram em ações que "quase ninguém tem", por terem o grau de risco mais elevado. Apesar disso, Gary afirmou que ainda mantém as suas apostas em mercados emergentes com menor potencial de risco como China, Índia e Taiwan.
No cenário atual, as
grandes empresas estatais do Brasil e da Rússia, que são a Petrobras e a Gazprom, tiveram o valor de suas ações impulsionado pelos investidores que aplicam em mercados emergentes por meio de fundos de ações negociadas na bolsa, noticia Flavio Maluf. Outra razão que contribuiu para que elas não perdessem força no mercado foi o fato dos investidores que apostaram contra elas terem tido que cobrir suas posições, recomprando ações quando ocorreu uma alta nos valores.
Ainda de acordo com Gary Greenberg, a expectativa é que os mercados emergentes comecem a ficar mais sólidos, em âmbito econômico, a partir de 2017, período no qual estima-se que os preços das commodities irá se estabilizar, assim como o valor do dólar, noticia o
empresário Flavio Maluf.