Releases 23/11/2016 - 13:58

Alunos da ESPM Rio vencem a 38ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos


ESPM Rio de Janeiro--(DINO - 23 nov, 2016) - Em tempos de crise e de grandes questionamentos sobre corrupção, o Jornalismo tem se mostrado uma ferramenta importante para questionar dados relevantes, como desvio de verbas públicas e, principalmente, para cobrar soluções daqueles que ocupam cargos importantes na sociedade. O evento dos Jogos Olímpicos Rio 2016 trouxe grande visibilidade para a cidade e, em grande parte, foi considerado um sucesso. Para isso, foram anos de trabalho que resultaram em transformações no Rio. Mas a que preço? Curiosos, 19 alunos de Jornalismo da ESPM Rio, em parceria com a Agência Pública, realizaram o Projeto 100.

O objetivo era ser uma reportagem especial, que buscou investigar o que aconteceu após as remoções causadas pelas grandes obras construídas para a Olimpíada. Além de um trabalho importante, o projeto rendeu ainda um grande fruto: ficou em 1º lugar, na categoria Internet, do 38ª Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

Sem dados oficiais

Como não havia dados oficiais detalhados e verificáveis sobre as remoções olímpicas no Rio, que se somaram às demolições ocorridas em nome da Copa do Mundo em 2014, o grupo usou como parâmetro a estimativa do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro a respeito de três obras ? o BRT Transolímpica, o BRT Transoeste e o Porto Maravilha ? e as obras para reforma do estádio do Maracanã, palco de partidas de futebol durante o evento esportivo. O comitê identificou 2.548 famílias removidas apenas para esse conjunto de obras, 100 delas foram ouvidas no projeto. Foram meses de muito trabalho, entrevistas, contatos com lideranças, ONGs e até moradores de conjuntos do Minha Casa Minha Vida. A síntese do que foi descoberto com o projeto pode ser verificado no site http://apublica.org/100/ .
Um dos alunos que fez parte do processo, Gabriel Santiago, do 2º período de Jornalismo da ESPM Rio, disse que a experiência foi inesquecível.

"Começamos tudo em abril. Fizemos as entrevistas por celular, organizamos quem ia para cada lugar. Eu, por exemplo, fui para a Mangueira. Fomos divididos em duplas e cada dupla tinha que entrevistar três famílias. Fizemos todas as partes: apuramos, entrevistamos, editamos. Foi inesquecível, uma experiência única. Percebi o quanto não posso reclamar de nada. Havia momentos em que eu queria chorar entrevistando as pessoas. Foi a primeira vez que senti que poderia mudar a vida das pessoas".

Privilégio em início de carreira

Coordenador de Audiovisual da ESPM Rio e um dos orientadores do projeto, Pedro Curi ressaltou a importância da conquista.
"Acho que é um privilégio não só pela temática mas também pela oportunidade dada aos estudantes de entrar em contato com o Jornalismo independente, voltado para a causa dos Direitos Humanos e de tão no início da carreira eles já terem acompanhado um projeto premiado".