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DINO - 22 ago, 2018) -
O setor de alimentação fora do lar foi um dos mais impactados pela paralisação dos caminhoneiros realizada em maio deste ano. Levantamento da Associação Nacional de Restaurantes (ANR) apontou que 84,5% dos entrevistados registraram queda no movimento e na receita em decorrência da paralisação. A ANR é formada por mais de 8 mil pontos comerciais do Brasil, entre os quais grandes redes, franquias e marcas independentes.
Segundo o estudo, 61% dos estabelecimentos enfrentaram falta de produtos para seguir com as operações. Perda de estoque, falta de funcionários e até o fechamento temporário também foram algumas das consequências da paralisação apontadas pelos bares e restaurantes.
Os dados vão ao encontro das informações divulgadas recentemente pelo IBGE. Segundo dados do Instituto, o setor de serviços foi o mais impactado pela movimento dos caminhoneiros, encolhendo 3,5% no mês de maio em comparação aos resultados de abril. Foi o pior resultado negativo da série histórica, iniciada em janeiro de 2011.
Mesmo com a paralisação, 76% afirmaram que pretendem manter os investimentos no negócio ainda neste ano. A maior parte dos entrevistados quer expandir e abrir novas unidades (46%). Outros 30% se dividem entre a aquisição de novos equipamentos (15%) e o treinamento dos colaboradores (15%). Alguns gestores também citaram a possibilidade de reformas e até de contratação de funcionários. Apesar da maioria otimista, 34% dos participantes do levantamento ainda se mostraram receosos e preferem aguardar os desdobramentos pós-eleições para retomar o planejamento.
Segundo o presidente da ANR, Cristiano Melles, a manutenção dos investimentos mostra que um setor muito amadurecido. “Temos percebido que apesar da paralisação dos caminhoneiros e das indefinições políticas e econômicas, quem sem planejou para expandir não mudou os planos. Naturalmente, uma parte do setor está mais reticente, o que é natural diante das incertezas”, afirma.