Brasília, DF - Brasil--(
DINO - 06 set, 2016) - Excelência,
A humanidade sofre com um atraso civilizatório porque o passado de nossos descendentes foi escrito em cima de um modelo de compreensão calcada na observação, onde o conhecimento era transmitido através de um modismo de afetações em que a experimentação ambiental denotasse uma estrutura lexical de prazer no processo de moldagem do comportamento social.
Este modismo era ditado por práticas primitivas, - heranças tribais de nossos ancestrais -, e que passou a incorporar uma tendência de regramento na forma de leis, a conduzir o sentido de unidade e integração entre as pessoas em suas frágeis estruturas sociais e familiares.
Não demorou muito o isolamento, produzido pela escassez de comunicação e as longas distâncias que eram permitidas os deslocamentos para apenas aqueles indivíduos mais fortes, causar profundas transformações e cisões no modo de pensar primitivo, no qual a falta de sinergia que regia o propósito de agrupamento para conduzir a espécie humana para uma era de prosperidade quase sempre fora interrompida por afetações negativas provocadas pela falta de entendimento no processo de comunicação.
Este modismo, foi necessário neste passado tão remoto e longínquo para ajustar nossos antepassados a um modelo de sobrevivência que permitisse a fixação no solo.
Porém com a expansão e acúmulo de funções civilizatórias a sobreposição de práticas, fora de contextos científicos, gerou uma estrutura de consciente coletivo muito frágil, pois a infinidade de raciocínios em que as pessoas começaram a correr baseados em aprendizados restritos as suas glebas eram suficientes para elevar a paixão pelo aprendizado que conduziu por um tempo os indivíduos a estados de contentamento e felicidade. Fenômeno que sempre volta a ocorrer com cada nova transformação ambiental.
Este estado de contentamento propiciou o surgimento de centros de expressão das boas novas, na estrutura de embaixadas que carregavam a função de congregar, auxiliar e repartir o conhecimento que estava restrito aos anciões de todas as localidades. Principalmente pelo baixo nível de instrução social, fenômeno entrópico que sempre tende a recorrer se não reforçado através de processos educacionais.
E com o tempo, o benefício gerado por tais constituintes passaram a incorporar a vida das populações, se tornando lugares de adoração e louvor ao que se acreditava na época ser lugares Santos onde os laços podiam ser reavivados.
Porém o homem foi descuidado, porque colocou sobreposições de sobreposições de modismos, costumes e leis sem ter o devido cuidado para organizar e reorganizar a mente dos indivíduos acostumados ao padrão social de vida ao qual estavam sendo influenciados. Gerando ressentimentos cíclicos toda vez que uma estrutura vigente fosse substituída por outras que agregassem elementos perceptivos distintos.
E esta insensatez originou um ressentimento dificilmente capaz de ser apagado, em que uns passaram a competir em posicionamento de destaque em relação aos outros, na forma de suas visões, valores, crenças e verdades. Numa visão cada vez mais utópica de que o "posicionamento" induzia a uma proximidade de recursos físicos suficientes para a manutenção da vida, numa função de acumulação em que o regramento era insuficiente para a manutenção de uma ordem que desse apoio e garantias de subsistência para todos.
Em seguida a guerra se instalou como forma de fazer valer uma força transmitida de pai para filho, como uma identidade que se fabrica para consumir em certa idade. E a humanidade inteira pereceu.
Depois como consequência se instalou a fome, a angústia, a depressão, a ausência e a privação. Na forma de subtração de valores, na forma da instalação da indiferença, na forma de instalação do ódio, preconceito, rancor e diferenciações de padrões dentro da mesma espécie.
E novamente o homem não foi capaz de usar a razão, em vez disto fez prosperar o raciocínio em torno da destruição, do aniquilamento, na construção segmentada de visões utópicas da prevalência de poucos "purificados" e uma devastadora massa difusa merecedora de um eterno sofrimento.
Se a história nos dividiu por um atraso psicológico pela ausência de tecnologias de comunicação em massa que permitissem o nivelamento da consciência e de um pacto grupal que nos integrasse como compartilhadores de um mesmo espaço, hoje temos tudo disponível para transformar o nosso sonho de unidade em uma verdade que possa se incorporar à realidade humana.
Já não somos tão frágeis como comunicadores, já conseguidos galgar grandes distâncias, a segmentação que nos repartiu e nos deixou órfãos de uma comunhão está ao alcance de ser desfeita, de apenas um ato de comunicação entre partes que desejam conhecer como o pensamento do outro se processa em interação de si mesmo.
Porque temos um grande tesouro em nossas mãos, a possibilidade e emergirmos de nossas faltas, para a construção de uma identidade social que nos permitam não destruirmos a visão do próximo, mas encontrar aquele laço no entendimento que faça com que a minha visão seja inserida na visão do outro e a visão do outro possa entrelaçar na visão do próximo, sem nos ferirmos, na base do entendimento, amor e respeito ao próximo.
Os meios, os canais para que esta transformação universal aconteça encontra-se espalhados pelo mundo. Se a fixação mental pelo conflito induz ainda milhares de pessoas a vitimização de suas estruturas civilizatórias, é hora de conduzir estes milhares de "desamparos" para fluxos de pensamentos que afastem fenômenos como a desnutrição, a escassez, o extermínio, a indiferença, o ódio secular e a guerra.
A degradação da humanidade deve estar vinculada apenas numa lembrança de um passado histológico, que não faça mais parte do habitat para passar a incorporar feições de personagens como Carlos Eduardo, em "Velho Chico" (Novela do canal Rede Globo de Comunicações) em que o mundo possa se espelhar na leveza de todo brasileiro que mesmo diante de uma imensa tristeza pela falta secular com o mundo é capaz de sorrir e alegrar quem com ele o olhar se entrelaça.
Fraternalmente,
Max Diniz Cruzeiro
LenderBook Company
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