São Paulo--(
DINO - 12 set, 2016) - É sabido que, com a crise, os mais diversos setores da economia são atingidos. No caso do setor da indústria, o reflexo se dá com a demissão de funcionários e a diminuição da produção. Nesta seara, tem-se que a produção de veículos caiu muito nos últimos meses - chegando a uma retração de 18,4% no acumulado do ano em comparação com 2015.
Flavio Maluf, empresário brasileiro, lembra que a indústria automobilística foi o centro dos anos de bonança vividos em nosso país. Através de incentivos financeiros tanto para as empresas quanto para os consumidores, este ramo teve produção e venda das maiores durante algum tempo. Porém, com a retração econômica foi das primeiras a sofrer o impacto.
O presidente da Anfavea - Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores -, Antonio Megale, opina no sentido de que agora, com a situação política do país definida, é hora de avançar para reconquistar os mercados perdidos. Megale ainda pensa que o país deve melhorar sua questão de infraestrutura, para poder competir com mais igualdade com o mercado internacional.
Neste ínterim, o
empresário Flavio Maluf reforça que é necessário, então, que a indústria automobilística enfrente, por hora, essa deterioração estrutural e se foque em retomar a produtividade diminuída nestes últimos tempos. A coisa já está melhorando: em agosto, houve aumento da demanda do mercado doméstico em 1,4% em relação a julho, tendo sido, também no mês de agosto, o maior número de vendas do ano (e só não foi maior por conta da cidade do Rio de Janeiro estar praticamente parada nas vendas por conta dos Jogos Olímpicos).
Flavio Maluf traz outro dado interessante emitido pelo executivo da Anfavea: as vendas para o exterior tem aumentado seu faturamento. Em agosto, o setor automobilístico faturou US$ 923,8 milhões em vendas externas, o que corresponde a um aumento de 13,1% em relação ao mesmo mês de 2015. Sendo assim, há meios de as
empresas seguirem sua produção, sem que afete de forma drástica seu quadro de funcionários.
Com relação aos empregados no setor, os números são consideráveis: um percentual de 6,2% menor, se compararmos os meses de agosto em 2016 e 2015. Porém,
Flavio Maluf crê, da mesa forma que já dito por Megale, que com a definição política - que traz um pouco mais de certeza aos investidores - possam se traçar novos rumos, que levem à recuperação, mesmo que de forma lenta e gradual.
A grande questão a ser enfrentada, porém, é o mercado interno. Por mais que as vendas para o exterior tenham crescido - e isso, na verdade, tem direta relação com a queda no mercado brasileiro - a ainda fraca demanda em nosso mercado freia uma recuperação mais célere do setor. Flavio
Maluf ainda comenta que, da mesma forma que já foi referência na questão das vendas, a indústria automobilística tem tudo para, em alguns anos, voltar à produtividade e às vendas de antes. Ainda mais no Brasil, onde temos milhões de quilômetros de estradas e mais de duzentos milhões de potenciais consumidores.