São Paulo - SP--(
DINO - 04 nov, 2016) - Capaz de processar mais de 10 milhões de transações diárias, a
Bovespa é responsável por grande parte do volume financeiro negociado na América Latina. Um dos fatores que influenciam sua importância econômica é a oferta de várias modalidades de investimento e derivativos financeiros, desde títulos de renda fixa até índices e commodities.
Mesmo com o recuo econômico vivenciado recentemente, a principal Bolsa de Valores do país conseguiu se recuperar de maneira exemplar. Para se ter uma ideia, somente em março deste ano, a Bovespa obteve cerca de 16% de rendimento. O ótimo desempenho se manteve pelos meses seguintes, o que conferiu à Bolsa de Valores o título de melhor investimento do primeiro semestre de 2016, com rentabilidade nominal de mais de 22%.
Outra boa notícia para 2016 foi divulgada pela
Economatica . Segundo levantamento realizado pela instituição, o valor de mercado da Bovespa superou a faixa de R$ 2,5 trilhões ficando, assim, muito próximo da máxima histórica de R$ 2,61 trilhões.
A verificação foi feita em outubro deste ano e levou em conta os valores auferidos desde dezembro de 2002. Deste modo, o número de empresas que compõem a bolsa brasileira variou no período, já que algumas companhias fecharam capital enquanto outras passaram a fazer parte do Mercado de Ações.
Os valores divulgados são nominais, ou seja, não sofreram ajuste por inflação, e foram calculados levando-se em consideração o preço de cada tipo de ação multiplicado pela quantidade de papéis outstanding.
Altas e baixas na Bovespa
Apesar do ótimo desempenho em 2016, o maior valor de mercado da Bovespa foi registrado no início de setembro de 2014. Naquela data, a soma das empresas listadas na bolsa brasileira totalizou aproximadamente R$ 2,61 trilhões. Todavia, após este excelente resultado, foi verificada uma baixa significativa.
No começo deste ano, especificamente no dia 26 de janeiro, os índices chegaram a cair R$ 975 bilhões. Assim sendo, o valor de mercado da principal
Bolsa de Valores do país chegou a ser de apenas R$ 1,64 trilhões. Porém, este valor ainda não é o mais baixo já verificado. Em outubro de 2008, foi identificada uma queda acentuada que resultou no menor valor de mercado apurado durante o período da amostra, somando pouco mais de R$ 1 trilhão.
O crescimento da Bovespa refletiu também nas altas sobre valor de mercado das empresas brasileiras. Das 10 empresas com maior crescimento em valor de mercado, quatro são bancos e duas estão vinculadas ao setor financeiro, é o caso de BB Seguridade e BM&F Bovespa.
Entre as empresas que apresentaram maiores quedas de valor de mercado este ano, três atuam no setor de papel e celulose e duas são do setor de abatedouros. Encabeçando a lista das empresas com piores resultados em 2016 está a Fibria, que perdeu mais de R$ 14,5 bilhões em valor de mercado entre dezembro de 2015 e outubro deste ano.
Estatais também têm bons resultados
Em outra pesquisa feita pela Economatica, também foi mapeado o crescimento do valor de mercado de empresas estatais, mais especificamente Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil. Até o dia 20 de outubro de 2016, empresas públicas de capital aberto aumentaram cerca de R$ 198 bilhões em valor de mercado.
O estudo examinou, ainda, a evolução do valor de mercado das três estatais a partir de janeiro de 2003. A maior soma de valor foi registrada em 22 de maio de 2005, quando as três empresas totalizaram R$ 614 bilhões em valor de mercado. Agora em 2016, as companhias já somam R$ 349,5 bilhões de valor de mercado.
A Petrobras apresentou o maior crescimento, aumentando em R$ 136,5 bilhões seu valor de mercado, que agora soma mais de R$ 237 bilhões. Com este excelente avanço, a petroleira ultrapassou o Itaú Unibanco e retomou a vice liderança entre as maiores empresas do Brasil por valor de mercado.
A Eletrobras também ganhou destaque no levantamento. Entre dezembro de 2015 até outubro deste ano, a companhia obteve avanço de cerca de 240% em valor de mercado. Esse aumento, em números, significa uma valorização de mais de R$ 23 bilhões. No fim do ano passado, a Eletrobras estava avaliada em R$ 9,0 bilhões e agora já chegou à marca dos R$ 33 bilhões.