São Paulo--(
DINO - 15 abr, 2016) - O medo de fraudes realizadas por terceiros em relação às operações de mídia programática está fazendo com que empresas norte-americanas montem equipes internas para atuar na área, reporta José Borghi, da
Mullen Lowe, antiga Borghi Lowe. Mesmo sem conclusões definitivas a respeito as empresas que gestam a mídia programática, um receio de que elas possam estar envolvidas em apropriações de verbas tomou conta das indústrias norte-americanas de comunicação, nota o empresário da Borghi Lowe.
Mídia programática é um processo de compra e venda de mídia através de ferramentas automatizadas, que gerenciam o processo. Ela permite que os sites otimizem a venda de espaços publicitários, fazendo com que chegue até ele diferentes propostas, através de um modelo de leilão. Já para os anunciantes, a mídia programática permite realizar uma publicidade mais inteligente, uma vez que eles têm acesso a dados sobre o público dos sites, permitindo um melhor aproveitamento em relação aos consumidores em potencial. Tudo isso é mediado por ferramentas eletrônicas que automatizam o processo, lembra o empresário da Borghi Lowe.
A grande dúvida que paira sobre esse tipo de processo está relacionada à transparência. Uma vez que há um alto volume de informações envolvidas - que dão uma eficácia tecnológica para o processo - também torna possível que verbas dos clientes sejam escondidas nesse monte de dados, possibilitando uma apropriação de terceiros no meio do caminho, nota
José Borghi, da Mullen Lowe, antiga
Borghi Lowe.
A partir disso, anunciantes dos Estados Unidos juntaram forças para criar um sistema de investigação, que tem como finalidade descobrir possíveis fraudes. No mesmo caminho, eles estão mudando a gestão da mídia programática de algo externo para um setor interno das empresas. Se esse movimento demanda um custo de pesquisas e manutenção, também permite inúmeras vantagens, já que as marcas costumam tratar as questões de tecnologia e segmentação como uma
vantagem competitiva no mercado, reporta o empresário da Borghi Lowe.
Duas empresas já são reconhecidas no mercado norte-americano por lidar internamente com a mídia programática: Kellogg e Netflix. Entre as vantagens apontadas por elas estão uma maior proteção dos segredos e também criar um maior aproveitamento dos dados. Segundo os diretores das duas empresas, em entrevista publicada no portal norte-americano Advertising Age, ao ter os dados próximos, dentro da própria empresa, é possível trabalhar com eles de várias maneiras diferentes, o que aumenta ainda mais o poder das informações. Além disso, permite integrar informações mais sigilosas na prática programática, que não seriam confiadas a agências terceirizadas. Entre as outras vantagens citadas de ter um sistema interno, é que fica mais fácil de criar um ambiente colaborativo entre os
profissionais, pesquisadores e executivos. Além disso, é viável aplicar à equipe a metodologia da empresa, fazendo que o trabalho seja uniformizado e de acordo com as diretrizes e pensamentos dela.
Dessa forma, é possível identificar que a mídia programática não perde força com esse tipo de mudança. Pelo contrário, abre um campo ainda maior para que as empresas trabalhem em cima dele e potencializem o poder de publicidade através de mecanismos eletrônicos.
Website:
http://us.mullenlowe.com/