Rio de Janeiro - RJ--(
DINO - 07 mar, 2016) - O câncer do colo do útero, ou cervical, é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, com estimativa de 16.340 novos casos em 2016 e com 5.430 mortes em 2013, sendo a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
No Dia Internacional da Mulher ? lembrado em 8 de março ?, Antônio Luiz Almada Horta, médico especialista em citopatologia e integrante do corpo clínico do Sérgio Franco, alerta que, para detectar as lesões precursoras do câncer cervical precocemente, é necessário realizar o exame Papanicolaou pelo menos uma vez ao ano.
Segundo o especialista, o teste preventivo é indicado a toda mulher que tem ou já teve vida sexual e que está entre 25 e 64 anos. "Após dois resultados anuais sequenciais negativos, o teste pode ser efetuado trisanualmente", propõe o Ministério da Saúde.
O especialista informa que a conexão entre a infecção por determinados tipos de vírus do papiloma humano (HPV) e o câncer do útero está hoje cientificamente comprovada. "As células afetadas pelo HPV 16 e 18 exibem atipias morfológicas que permitem sua identificação microscópica, e, com o exame citológico, conseguimos identificar essas alterações precocemente, o que permite tratamento específico e o impedimento do desenvolvimento da lesão de alto grau para câncer", reforça o Dr. Almada Horta.
Citologia em base líquida
A coleta convencional do material para a realização do exame citopatológico (Papanicolaou) é normalmente efetuada em ambulatório ou no consultório ginecológico. "Classicamente, utilizam-se uma espátula de madeira e uma escova para colher células da superfície externa e interna do colo do útero. E parte dessa amostra é estendida em uma lâmina, fixada em álcool ou spray e encaminhada para análise em laboratório com especialização em citopatologia."
"Hoje em dia, alguns profissionais utilizam um processo mais simples e eficiente chamado de citologia em meio líquido", explica o médico patologista. "Com esse novo método, todo o material coletado pela escova é colocado em um frasco com um líquido preservativo, gerando um aproveitamento completo da totalidade da amostra colhida. Esse material é processado no laboratório com aparelhos de última geração para a obtenção de amostra com concentração celular uniforme. Essa técnica de citologia em meio líquido promove, por meio de processo automatizado, a distribuição das células epiteliais em uma camada única na lâmina, permitindo uma análise microscópica mais sensível e uma capacidade de detecção melhor das lesões suspeitas", informa o especialista.
O dr. Almada lembra que o HPV apresenta característica de transmissão predominantemente sexual e seu DNA é identificado em cerca de 99% dos casos de câncer do colo do útero. "Por isso, além da citologia ginecológica periódica, a prevenção, assim como para outras doenças sexualmente transmissíveis, deve também ser feita pelo uso de preservativos durante a relação sexual e a utilização, pela população, de vacinas contra o HPV na menina jovem não infectada", conclui o médico.