São Paulo - SP--(
DINO - 24 abr, 2015) -
Vem aí o Dia Nacional do Combate à Hipertensão, em 26 de abril. E logo depois, em 7 de maio, é o Dia Mundial da Hipertensão. São duas datas importantes, segundo o Dr. Rui Póvoa, professor de Cardiologia da Unifesp e Chefe da Cardiopatia Hipertensiva da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) porque é uma oportunidade de a mídia alertar a população sobre os perigos dessa doença assintomática e que se não for devidamente tratada leva as pessoas ao infarto, doenças da aorta, derrame e insuficiência vascular periférica. "Afinal, cerca de 1/3 da população mundial é hipertensa", afirma o médico, que comentou ainda um recente estudo do American Journal of Hypertension, que relaciona o consumo do sal à hipertensão arterial. Os cientistas analisaram dados de mais de oito mil adultos franceses e concluíram que a afirmação de que o sal aumenta a pressão sanguínea é "exagerada", embora tenham notado que os pacientes hipertensos consumiram muito mais sal do que os que não tinham pressão alta.
Apesar de concordar que o sal não é o único causador da doença, o Dr. Póvoa vê o estudo com cautela. "Na verdade, não se pode estudar o sal como fator absolutamente isolado do problema. A hipertensão não é uma doença de uma única etiologia, é uma doença de múltiplas etiologias. É preciso considerar outros fatores, como a obesidade, sedentarismo, uso de álcool e outras situações, mas que geralmente são muito relacionados entre si e com o sal. Por exemplo, quem usa muito sal é porque come bastante; se come bastante fica obeso, tem a resistência à insulina aumentada e com isso mais chance de hipertensão arterial. Portanto, o sal tem sua importância, sim". Por outro lado, afirma, também há indivíduos que são sal-sensíveis e outros não. "Geralmente os indivíduos sal-sensíveis são os afrodescendentes, obesos, hipertensos e diabéticos".
O especialista vai falar dessas e de outras questões durante o XXXVI Congresso da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), o mais importante evento do setor, no estande da Torrent, que acontecerá de 4 a 6 de junho no Transamérica Expo, em São Paulo. Ele fará uma palestra para médicos, em que pretende alertar os colegas para a importância de convencer os pacientes sobre a adesão e manutenção do tratamento e a melhora da qualidade de vida para evitar ou reduzir a pressão. "Comer frutas, legumes e verduras, fazer exercícios físicos e não a buscar do álcool é essencial, mas para quem já tem a doença, usar os remédios adequados é vital. "Hoje temos muitos medicamentos efetivos, baratos e com poucos efeitos adversos", garante. Um exemplo é o nebivolol, um betabloqueador moderno (cujo primeiro similar e primeiro genérico foram lançamentos recentemente pela Torrent no País). "Os médicos precisam trabalhar para melhorar a adesão dos pacientes por meio de uma consulta mais prolongada, com uma relação mais intensa, explicando a eles que tratar a hipertensão arterial é uma poupança para o futuro, pois uma vez tratado o indivíduo terá muito menos risco de derrames, infartos e outras complicações cárdio-cérebro-vasculares."