Releases 06/04/2017 - 17:57

O que fazer quando a criança leva brinquedos dos colegas indevidamente


São Paulo, SP --(DINO - 06 abr, 2017) - Nos primeiros estágios da infância, a criança ainda está se acostumando com as dimensões sociais de seus atos.Um exemplo é a apropriação indevida dos objetos de terceiros, como pegar o brinquedo de um colega sem sua permissão. Esta ação, que pode ser vista com sentido negativo por um adulto, pode ser normal para uma criança segundo os especialistas.A psicopedagoga Irene Maluf, especialista em neuroaprendizagem e educação especial, esclarece que este fenômeno ocorre por conta do egocentrismo natural nos primeiros anos de vida. Isso faz com que a criança sinta que tudo lhe pertence e, portanto, parece natural pegar coisas que pertencem a outras pessoas."O conceito de "meu" e "seu", ou seja, de propriedade, desenvolve-se por volta dos seis anos", explica. "Esta concepção é adquirida através da educação, das noções morais de bem e mal e da implicação de suas ações".A psicopedagoga Cynthia Wood, da clínica https://www.crescendoeacontecendo.com/ Crescendo e Acontecendo adiciona que pode haver outra motivação por trás da atitude da criança. "Ela pode estar querendo alguma coisa que seu colega tem e ela não", afirma. "O problema não é o que a criança leva, mas o porquê disso". Apesar da apropriação de objetos ser comum no início da infância, é a reação da família que dá sentido a essa atitude e é papel dela entender porque a criança agiu dessa forma. "Os pais devem explicar o sentido de propriedade à criança, mas sempre com diálogo, exemplos e de forma gradativa, mas incisiva", aconselha Irene.Segundo Luciana Barros de Almeida, presidente nacional da http://www.abpp.com.br/ Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), é preciso explicar à criança que o objeto não lhe pertence e que ela não pode agir desta forma. Em seguida, eles devem encorajá-la a devolver o objeto a seu dono."Não é conversar dentro do carro. Os pais devem esperar chegar em casa para poder olhar para a criança e dar toda atenção a ela", lembra Cynthia Wood. "No dia seguinte, o primeiro contato com a criança é perguntar se ela devolveu o brinquedo e como ela se sentiu, reforçando que não é mais para isso acontecer". Após os sete anos, a conduta insistente e repetitiva de se apropriar indevidamente dos objetos dos outros pode precisar do olhar mais atento de um profissional."O tratamento se torna necessário quando isso se torna um hábito ou a criança não demonstra consciência do erro", afirma Luciana. "Neste caso, é preciso procurar um médico especialista em psiquiatria infantil".