São Paulo, SP--(
DINO - 03 set, 2018) - Diz o ditado que "família é tudo igual". Mas, se a máxima é verdadeira para a vida doméstica, o mesmo não vale para as corporações. Cada negócio tem sua identidade e cultura organizacional, e por isso é tão importante um planejamento de sucessão empresarial prévio em empresas familiares, antes que a necessidade bata à porta.
Para se ter ideia da importância do assunto, basta olharmos os dados: de acordo com estudo da Revista Exame, a taxa de mortalidade de empresas familiares no Brasil é uma das mais altas do mundo: cerca de 70% desses negócios não sobrevivem à segunda geração, enquanto apenas 10% chegam à terceira e 3% à quarta.
Se os números assustam, não faltam também exemplos de sucesso em empresas desse modelo. E qual o segredo dessas empresas? Se podemos citar uma palavra chave para a sustentabilidade desses negócios, essa palavra é planejamento.
Líderes atuais e futuros precisam compartilhar dos mesmos interesses, valores e missão da empresa. Com planejamento, a transição acontece de maneira mais tranquila, sem prejuízos para a imagem ou faturamento do negócio.
Quer saber mais? Veja dicas de como planejar uma sucessão empresarial de maneira assertiva e tranquila.
Planeje desde já
Não deixe para pensar na sucessão apenas quando a necessidade aparecer. Lembre-se desde já que a empresa um dia pode sofrer uma troca de comando, e para que a sucessão aconteça de maneira tranquila, esteja preparado para isso.
Se planeje agora, avaliando quem irá suceder o comando da empresa, o plano de negócios, e preparando o sucessor para assumir o comando.
Plano de transição flexível
Claro que nenhum negócio deve ater-se a um plano teórico rígido, pois isso levaria a sucessão empresarial ao fracasso, visto que o negócio, com o tempo, terá influências externas de mercado e internas familiares.
No entanto, tenha um plano de ação, com estratégias definidas, cultura organizacional e objetivos claros. Isso, além de nortear a empresa, deixa claro para os colaboradores as metas do negócio, o que aumenta o engajamento, independente de troca de comando.
Escute a família
Antes de escolher as pessoas, converse com a sua família, e a prepare desde cedo para o momento da sucessão. Nesse processo, lembre-se sempre que a razão deve falar mais alto: não adianta pensar em uma linha de sucessão de acordo com as suas afinidades.
É preciso escolher as pessoas que possuem as capacidades essenciais para que o negócio funcione. E é conversando com a família que você irá descobrir aptidões e como cada um pode desenvolver a carreira.
Além disso, envolver a família previamente nas decisões, deixando claro suas deliberações, pode evitar futuras discórdias ou problemas na sucessão.
Prepare o seu sucessor
No processo de transição, o atual líder da empresa pode e deve compartilhar a gestão com o seu sucessor, preparando-o para o desafio de assumir o negócio.
A experiência profissional de quem atuou para fundar ou alavancar a empresa é, sem dúvidas, um capital intelectual de extrema valia, ainda mais se aliado à vontade e novas ideias do sucessor. Portanto, ambos devem andar lado a lado, respeitando as características de cada um e extraindo o melhor dos dois mundos para uma transição tranquila e sólida.
Tenha apoio profissional
Contar com profissionais com expertise no assunto, como contadores e advogados, é fundamental na preparação de um planejamento sucessório.
Esses profissionais possuem conhecimento amplo nesses processos e na situação da empresa, tendo assim papel essencial no acompanhamento e orientação do sucessor.
*Maurício Tadeu de Luca Gonçalves é CEO da Partwork Associados, empresa com aliança internacional (GGI) e certificação ISSO 9001:2008 nos serviços de auditoria, contabilidade e administração. Membro do Conselho Consultivo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo. Membro da Comissão do Núcleo de Jovens Contabilistas do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo.
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