Releases 15/07/2015 - 17:36

Pacientes com câncer descobrem o valor da "terapia do abraço" em projeto da Fundação Sinhá Junqueira


São Paulo--(DINO - 15 jul, 2015) - Uma dinâmica de grupo do "Projeto Paciente Oncológico" da Fundação Sinhá Junqueira, realizada no Centro de Promoção Social em Guará, região de Ribeirão Preto-SP, está emocionando profissionais, pacientes e cuidadores. A atividade, intitulada "Autorretrato desenhado", que visa o autoconhecimento dos pacientes, gera também uma reflexão sobre o significado de um abraço entre os participantes.

Uma das propostas da dinâmica, de acordo com Natália Eva, psicóloga responsável pelo grupo, é fazer os integrantes pensarem sobre si mesmos, suas conquistas e os sonhos ainda por realizar.

Em uma das solicitações do encontro, os participantes devem escrever dentro das mãos algo que gostariam de receber. Para surpresa de todos, vários assistidos, em vez de responderam que desejam bens materiais, o que é mais comum nessa atividade, conforme explica Natália, pediram abraços - e foram atendidos no mesmo instante. "O desejo deles, naquele momento, era simplesmente receber um abraço, esse era o melhor presente. Uma resposta que não esperávamos, que nos fez refletir sobre o valor que tem um abraço. O valor para as coisas simples da vida", ressalta a psicóloga.

O resultado da atividade, segundo Natália, trouxe à tona também a carência emocional dos pacientes. O abraço, neste sentido, representava a saudade, a falta de pessoas queridas. "E quantos abraços eles não têm vontade de receber? Aquele abraço não era na minha pessoa, mas em alguém que perderam ou que mora longe", diz.

Para a paciente Ana Célia Mendonça, 50, o abraço é fundamental, principalmente para pessoas que enfrentam uma doença. "Muitas vezes, estamos tristes porque com problemas de saúde não é fácil. Então, quando recebemos um abraço é muito gostoso. A gente se sente feliz", diz ela, que faz tratamento de câncer de mama há sete anos e está no projeto há dois.

A dinâmica que trouxe a reflexão sobre o abraço é apenas uma das várias que são realizadas durante o ano no projeto. Segundo Natália, na maioria das vezes os pacientes chegam desacreditados, não gostam de usar a palavra câncer e acham que nada poderá ser feito para mudar o quadro. "Com o tempo e com as atividades, eles começam a enxergar a vida de uma maneira diferente", afirma a psicóloga. "Eles passam a dar valor a coisas que antes não davam, em relação às expectativas de vida, aos planos que tinham, aos sonhos, ao que realmente importa", conta. "Somos um apoio emocional para eles."

Ana Célia conhece bem os benefícios do programa. "É muito bom. Trabalhamos em grupo, brincamos, conversamos, rimos e esquecemos os problemas".

Segundo Natália, o grupo tem um papel fundamental na melhora emocional dos pacientes. "Quem chega vê que outros estão na mesma situação, mas enfrentando a doença de cabeça erguida."

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