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DINO - 27 mar, 2018) - A endometriose é uma doença que atinge em torno de 10 a 15 % das mulheres em idade fértil em todo o mundo. A moléstia acomete até 70% daquelas que apresentam dor pélvica crônica. O que muitas não sabem é que a enfermidade pode começar ainda na adolescência, faixa etária ?compreendida entre os ? 10 e 19 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A ?dor menstrual (dismenorréia) ?se manifesta em ?60 a 90% das meninas nesta faixa etária e dentro de certos limites pode ser considerada "normal". É a chamada dismenorreia primária; está vinculada a produção mais elevada ?das chamadas prostaglandinas, produzidas no próprio útero e que causam ?contrações mais acentuadas e portanto, mais dolorosas do músculo uterino?.É a dor menstrual mais comum.??Entretanto, boa parte destas jovens adolescentes já estão acometidas por endometriose em sua fase inicial, porém, por desconhecimento ou negligência cerca de 70% delas não procuram orientação médica ?especializada e muitas delas, deixam de ser tratadas adequadamente em tempo hábil, facilitando assim a progressão da doença endometriótica.
"A dismenorreia secundária , dor menstrual que aparece vários anos depois da menarca (primeira menstruação) está associada a algumas doenças locais já existentes, entre elas e talvez a mais frequente, a endometriose, ?a qual?alcança um percentual significativo, porém está sendo subestimada e o diagnóstico definitivo muitas vezes só é confirmado ?por meio de laparoscopia",?alerta ?o ginecologista e obstetra Dr. Claudio Basbaum, membro do Corpo Clínico do Hospital São Luiz em São Paulo.
Dados da Associação Americana de Endometriose revelam que 66% das mulheres adultas com endometriose começaram a apresentar ?os sintomas antes dos 20 anos e decorreram até ?12 anos ou ?mais para receberem ?o diagnóstico correto.
"O problema é que os exames de imagem para diagnóstico de endometriose -ultrassonografia pélvica e ressonância magnética- nas adolescentes não são conclusivos, pois não conseguem detectar as lesões ainda superficiais e menos extensas", explica ainda ?o médico. O especialista acrescenta que ?a endometriose, de acordo com a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva possui quatro estágios: mínima, leve, moderada e severa., mas aponta que "mesmo o quadro leve pode apresentar sintomas graves".
"Não há uma correlação entre o quadro clínico e dor. Às vezes, a queixa dolorosa é muito intensa, mas a doença ainda está evoluindo e não aparece na imagem. Em quase 80% dessas meninas, a doença está no início, mas futuramente pode levar a infertilidade, sério comprometimento dos vários órgãos ?do sistema geniturinário e digestivo, ?causadores da ?dor pélvica crônica com todas as suas consequências", acrescenta o Dr. Basbaum.
Os sintomas devem ser levados em consideração, pois a procura de um especialista que faça ?o diagnóstico diferencial ?e o tratamento precoce, diminui a progressão da doença, preserva a fertilidade e melhora a qualidade de vida das pacientes.
Website:
http://www.claudiobasbaum.med.br/