São Paulo - SP--(
DINO - 10 mai, 2016) - Economia sólida, regras claras, incentivos fiscais, ambiente favorável para desenvolvimento tecnológico e a inovação, mão de obra qualificada, localização privilegiada e ótimas conexões com o resto do mundo. Esses são alguns dos atrativos que têm levado cada vez mais empresas brasileiras a quererem aportar em Connecticut, no nordeste dos Estados Unidos. Com o agravamento da crise e da instabilidade brasileira, o movimento de busca por um ambiente mais favorável para os negócios ? e que concilie alta qualidade de vida - se intensificou nos últimos meses, e o estado norte-americano vem se mostrando um verdadeiro celeiro para muitos empreendedores, principalmente dos segmentos de equipamentos médicos, tecnologia da informação (TI) e aeroespacial.
Mais de mil subsidiárias de empresas estrangeiras escolheram o estado para se instalar nos Estados Unidos, que também é o lar de 15 das maiores companhias do mundo listadas pela publicação Fortune 500. Motivos não faltam. A começar pela forte e estável economia. Connecticut tem o maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país (de US$ 64,8 mil em 2014, bem acima da média nacional de US$ 46 mil), a menor taxa de pobreza e é o 2º com a menor carga tributária sobre o rendimento, com taxa efetiva de 3,6%. Também é o 1º entre os estados norte-americanos no quesito investimentos em pesquisa e desenvolvimento per capita e tem o 8º melhor índice de globalização dos EUA, apenas para destacar algumas das muitas estatísticas positivas.
A elas se somam facilidades de instalação e incentivos do governo e organismos parceiros. O Departamento de Desenvolvimento Econômico e o Connecticut Economic Resource Center (CERC), por exemplo, oferecem uma série de recursos para as empresas interessadas conhecerem o mercado, identificarem oportunidades e parcerias.
Há toda uma estrutura de financiamento e subsídios para a efetivação de investimentos no estado. Para ter acesso a essas facilidades, o primeiro passo é o preenchimento de formulários de application (questionários de avaliação em que se deve detalhar os investimentos a serem realizados, custo do projeto, plano de negócios e balanços contábeis dos últimos três anos). Com os dados em mãos e a ajuda de um software específico, o governo calcula o impacto para o desenvolvimento econômico da região no prazo de 20 anos (como geração de empregos, melhoria da infraestrutura e aquisição de equipamentos) e faz uma oferta de financiamento de parte do projeto, que pode ser por meio de empréstimo direto ou de subsídios.
Tomada a decisão de atuar em Connecticut, a empresa também passa a contar com um rico ecossistema de apoio aos negócios que vai além do acesso a mecanismos de capitalização. As parcerias com universidades, e inclusive a instalação dentro delas, dão impulso ao desenvolvimento tecnológico e incentivam a inovação.
E isso tem atraído não só empreendedores que estão apenas no Brasil, mas também brasileiros que já tinham também negócios em outros estados norte-americanos, como o empresário Luiz Matos. Fundador da desenvolvedora de softwares de gestão Lux, no Brasil, e da sua filial de marketing digital Truejump, nos Estados Unidos, Matos se mudou para Boston em 2012. De lá, ampliou sua atuação com uma parceria que gerou mais uma base para seus negócios em Orlando, e agora mira Connecticut.
Ele acabou de voltar de uma viagem ao estado, quando foi conhecer melhor as instalações da Universidade de Connecticut onde estuda montar seu projeto e discutir os termos de sua possível ida. "Planejamos ter em Connecticut uma nova base de desenvolvimento, para trabalhar em um protótipo de solução que queremos colocar no mercado no prazo de seis a oito meses", afirma Matos. Além da ligação com a universidade, o empresário foi atraído por outras facilidades regionais. "É importante para nós estarmos em um local que disponha de mão de obra qualificada disponível, e onde teremos, inclusive, apoio para bancar parte dessas contratações. Também teremos maior conexão com o mercado e poderemos formar com mais tranquilidade uma rede de contatos para disseminar a nossa nova plataforma de soluções", complementa.
Os mesmos argumentos também chamaram a atenção do empresário Felipe Buzinskas, da desenvolvedora e fabricante 3D Procer. Recém-apresentado às possibilidades de Connecticut, ele está iniciando os estudos sobre a viabilidade de instalar parte de seus negócios lá, visando o mercado de impressoras 3D. "Me surpreendi ao descobrir as facilidades e vantagens que poderei ter nos Estados Unidos. Estamos analisando até a possibilidade de fazer nossos futuros lançamentos lá", afirma.
Tanto Buzinskas quanto Matos descobriram os diferenciais de Connecticut com o apoio da Paseli Consulting, empresa de consultoria brasileira contratada pelo governo do estado norte-americano para dar suporte e assessoria aos empreendedores interessados nos Estados Unidos. "Nosso trabalho é ajudar o empresário no processo de tomada de decisão. Temos expertise nos dois mercados, suas possibilidades e em todos os trâmites legais e burocráticos para se estabelecer e fazer negócios", diz a diretora da Paseli, Pamela Ariane Silva.
"A ideia é, inicialmente, apresentarmos as múltiplas possibilidades que Connecticut pode oferecer no geral e no caso específico de cada empresa. Isso inclui questões como qual tipo de empresa abrir, que tipo de negócio pode ser feito no mercado norte-americano, pesquisa de mercado, concorrência e possíveis parceiros. Servimos de ponte entre a empresa, o governo de Connecticut e os diversos recursos disponíveis na região. Apoiamos todo o processo transitório, até a sua conclusão", explica Pâmela. A executiva está otimista com relação à ida de mais empresas nos próximos meses. "É um mercado muito promissor", completa.
VISITA AO BRASIL
O vice-presidente de Business Recruitment do Connecticut Economic Resource Center (CERC), Jason Giulietti*, estará no Brasil entre os dias 16 e 20 de maio para promover o estado norte-americano para os empresários locais, apresentando os incentivos oferecidos pela região para atrair investimentos internacionais e as possibilidades de negócios para as companhias brasileiras. Ele participará da feira Hospitalar, maior evento do setor de equipamentos médico-hospitalares da América Latina, que acontece em São Paulo, e se encontrará com empresas e representantes do setor.
Na sequência, em São José dos Campos, terá reuniões com membros do Cluster Aeroespacial e de Defesa, em que discutirá oportunidades para se integrar à rede de fornecedores de grandes corporações dos Estados Unidos. Na agenda de Giulietti, estarão ainda encontros de trabalho com entidades e empresários do setor de tecnologia da informação (TI).
O CERC é um organismo sem fins-lucrativos, resultante de uma parceria público-privada, que promove o desenvolvimento econômico do estado norte-americano, através de consistentes serviços de planejamento estratégico e inteligência de mercado. A agência dá todo o suporte e apoio para empresas de qualquer porte interessadas em se instalar e/ou investir em Connecticut.
Sobre Connecticut:
O estado de Connecticut é um dos principais corredores de negócios da América do Norte, situado a menos de duas horas de carro de Nova York e de Boston e muito próximo dos maiores centros do Canadá, em Ontário e Quebec.
Localização: no nordeste dos EUA, entre Nova York e Boston.
População: 3,5 milhões de pessoas
PIB: US$ 250,6 bilhões (2014)
Força de trabalho: 1,9 milhões de pessoas, com alto nível educacional, produtividade e dinamismo
Principais cidades: Hartford, Stamford, New Haven, Bridgeport, Waterbury, New London
Qualidade de vida: menor taxa de pobreza dos EUA, menor taxa de fumantes, menor taxa de obesidade, menores taxas de mortalidade infantil e crimes contra a propriedade, maior número de médicos per capita
Principais setores industriais: aeroespacial e defesa, biotecnologia, equipamentos de transporte, serviços financeiros e seguros, manufatura de precisão, eletrônico, lasers, plásticos e mídia digital.
Algumas companhias norte-americanas sediadas no estado: United Technologies Corporation, GE, Xerox, Aetna, Stanley Works
Algumas companhias estrangeiras que investem no estado: Alstom, BIC, Volvo Aero, ING, MTU, UBS, Permasteelisa Group
Sobre a Paseli Consulting:
Consultoria especializada em desenvolvimento de negócios internacionais e vendas para governo, com sede em São Paulo e conexões de nível corporativo e governamental em toda a América. A Paseli é a representante oficial do governo de Connecticut no Brasil e entre seus clientes estão nomes como Thomson Reuters, El Corte Inglés, Unify e a agência governamental norte-americana CDC/Brasil.
*Jason Giulietti estará disponível para entrevistas previamente agendadas.