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DINO - 16 out, 2015) -
O vírus da dengue, transmitido aos seres humanos principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, é originário do Egito e chegou ao Brasil no período colonial por meio de navios que traziam escravos. Mesmo já presente no território brasileiro desde o século XVI, as primeiras epidemias de dengue só foram ocorrer na década de 1980 no Rio de Janeiro e algumas cidades do Nordeste. De lá para cá, a doença tornou-se um problema constante enfrentado por todos os Estados brasileiros.
Números que preocupam
Conforme o último Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, reporta Sergio Cortes, este ano o número de casos prováveis de dengue no país chegou a 1.416.179, números coletados entre os meses de janeiro e agosto. A região Sudeste concentra o maior número de registros da doença, com 64% dos casos.
Mitos sobre a dengue
Embora a dengue seja um problema antigo e as informações sobre como se proteger sejam bastante divulgadas, o médico Sergio Cortes lembra que ainda existem alguns mitos que podem expor a população a
riscos. Veja a seguir 10 mitos que devem ser esclarecidos:
- Uso de repelentes: durante os meses de epidemia, o uso de repelente pode ser importante, mas o produto não garante a proteção por muito tempo. Além do tempo de proteção variar dependendo do produto, em dias muito quentes, o suor pode levar o repelente embora e a reaplicação então é necessária. Porém, para evitar intoxicação e reações alérgicas, a aplicação deve ser feita no máximo três vezes ao dia. Outros cuidados devem ser tomados, como aplicar apenas nas áreas expostas, lavar bem as mãos após a aplicação para evitar o contato do produto com os olhos e a boca e nunca dormir usando repelente.
- Inhame: apesar da crença de que esse alimento possa curar quem contraiu dengue, isso não é verdade. Como explica o médico Sergio Cortes, a crença vem do fato de que o inhame possui muita vitamina B, substância popularmente conhecida como tendo efeito protetivo contra picadas de mosquito. Porém, estudos científicos já comprovaram que não há relação entre consumo de vitamina B e a cura da dengue.
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Citronela: seja em forma de vela, pulseira ou a própria planta, o cheiro exalado pela citronela é um repelente natural. Porém, como o cheiro deve chegar a todas as partes do corpo que estão descobertas, principalmente nas pernas, o uso da pulseira de citronela não é eficaz. Velas de citronela e a própria planta podem afastar o mosquito, mas apenas da região específica onde elas se encontram, explica Sergio Cortes.
- Frio/ar condicionado: o ar frio, abaixo de 20º C, dificulta a ação do mosquito; dificulta, mas não a interrompe. As regiões mais frias do país também apresentam problemas com a dengue, apesar de o número de casos serem menores. Quanto ao uso de ar condicionado, o aparelho pode causar dificuldades para o mosquito, mas como o ar do ar condicionado não atinge todos os ambientes uniformemente, não é uma medida segura para afastá-lo de vez.
- Secar reservatórios: apesar de ser uma medida importante, secar os reservatórios de água não é suficiente. Como as larvas sobrevivem até 3 meses fora d" água, é importante limpá-los, colocá-los em local protegido onde não receba água ou preenchê-los com terra.
- Automedicação: alguns remédios tomados indevidamente podem agravar o quadro, como a aspirina; portanto, o médico Sergio Cortes adverte: o melhor é sempre procurar um posto de saúde ou orientação médica, evitando a automedicação.
- Preferência por água limpa: apesar de o mosquito preferir águas paradas e limpas, restos orgânicos contidos na água servem de alimento para o mosquito e fazem com que a fêmea busque também esses lugares.
- Reincidência: há casos de pessoas que pegaram a doença uma segunda vez e tiveram reações mais graves, mas não há comprovação de que a gravidade esteja relacionada à reincidência. A dengue hemorrágica, que eleva o risco de morte, pode ser contraída na primeira infecção.
- Andares mais altos são menos atingidos: os andares mais baixos são mais atingidos em função da pouca altitude que o voo do mosquito alcança, mas assim como outros insetos, o Aedes aegypti pode chegar a lugares mais altos pelo elevador ou mesmo pelas escadas.
- Pernas são alvo frequente: como o voo do mosquito atinge no máximo 50 cm de altura, é verdade que as pernas e os pés são o local do corpo mais visado. Mas se a pessoas estiver deitada, isso deixa de ser verdade.
Prevenção: o melhor negócio
Conforme o médico Sergio Cortes, a forma mais eficaz de combater o
mosquito ainda é a limpeza de locais que acumulam água parada: pneus velhos, garrafas, vasilhas, caixas d"água, pratinhos dos vasos de planta. Todos esses recipientes, se deixados com água parada, podem se tornar um ambiente propício para que a fêmea do mosquito deposite seus ovos.
Website:
http://sergiocortesoficial.com/