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DINO - 09 out, 2015) - O
setor imobiliário é uma das bases fundamentais para o desenvolvimento econômico e social de um país por representar a dinâmica interna e o crescimento em relação à economia de uma nação. A queda na concessão de crédito habitacional pode abalar a movimentação contínua do mercado de imóveis e influenciar de maneira prejudicial à economia nacional.
Segundo a especialista no setor imobiliário
Aline Coutinho Cabral Garcia Dias, de acordo com informações da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) houve uma redução de quase 36% em relação aos números apresentados em agosto de 2014 no que se refere à concessão de empréstimos imobiliários. Estes créditos, destinados à construção e compra de imóveis com utilização dos recursos das cadernetas de poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), resultaram em uma redução de aproximadamente R$5,87 bilhões para o mesmo período este ano.
De acordo com dados da Abecip, o comparativo mensal revelou que após o crescimento apresentado no mês de julho, o volume de empréstimos destinados a
financiamentos imobiliários teve declínio de 1,5% no mês seguinte. Ainda em relação ao comparativo mensal, agosto aumentou 0,7%, totalizando cerca de 28,2 mil imóveis
financiados. sobre o mês anterior. Com referência ao período anual houve uma queda de 36%.
Desde o início do ano até o mês de agosto, foi autorizada a liberação de R$56,6 bilhões para o setor. Este montante empregado em concessões de
crédito imobiliário com recursos da poupança representa 22% menos do que nos oito primeiros meses do ano anterior. Já em unidades financiadas, onde foram fornecidas mais de 256 mil residências houve uma redução de 27% no mesmo período.
Aline Coutinho Cabral Garcia Dias informa que com o fechamento da taxa básica de juros em 14,25% no mês de agosto, a Abecip ressalta o favorecimento das demais modalidades de aplicação dos recursos de empréstimos imobiliários concorrentes da famosa caderneta de poupança, principal fonte fornecedora de créditos destinados à aquisição e construção de imóveis, em especial as que utilizam a Selic como referencial.
Por meio das saídas líquidas registradas em agosto foram computados alguns saldos negativos. O saldo da captação mensal foi de R$7,2 bilhões negativos e o saldo acumulado dos primeiros oito meses do ano foi de R$45,8 bilhões negativos. Considerando o montante acumulado de financiamentos dos últimos 12 meses, o valor empregado aos empréstimos imobiliários foi de R$96,7 bilhões, ou seja, menos 13,5% quando comparado aos 12 meses anteriores, havendo financiamentos de 443,4 mil imóveis com declínio de 17,6% segundo comparativos.
A causa da deficiência no desempenho do setor pode ser direcionada à dificuldade econômica vivida pelo país nesses últimos tempos, onde a desaceleração, elevação de juros e as fortes restrições para concessão de financiamentos com recursos de poupança traz como consequência a queda nas vendas de imóveis para este ano, comenta Aline Coutinho Cabral Garcia Dias especialista no assunto.