Curitiba, PR--(
DINO - 02 fev, 2016) - Enquanto nos Estados Unidos e Europa muitos sofrem com a neve e o frio, aqui no Brasil os temporais e as altas temperaturas também têm provocado muitos transtornos, desde a falta de água e energia em algumas regiões, até o agravamento de problemas de saúde como o Zika e a Dengue.
Num país tropical como o nosso é comum vermos pessoas "suando em bicas" durante um dia quente. Se para nós que nascemos aqui o calor e o suor incomodam, imaginem o que vão sofrer os estrangeiros que vêm aproveitar o carnaval e as Olimpíadas no Brasil. Ainda mais agora, que todos estão preocupados com as picadas do Aedes aegypti.
Marcelo de Paula Loureiro, doutor em cirurgia mini-invasiva (Universidade de Bordeaux/França) e diretor do Instituto Jacques Perrisat (IJP) de Curitiba (PR), diz que, no caso do carnaval, a pessoa deve redobrar os cuidados com a saúde, especialmente se for adepta da combinação "samba, suor e cerveja". É que de acordo com o especialista, além de ocasionais bate-bocas, ela pode trazer muito incomodo e sinalizar um importante distúrbio do organismo.
"O suor é o resultado do mecanismo de evaporação ativado pelo corpo para eliminar calor durante uma atividade física, como sambar ou fazer exercícios, ajudando assim a equilibrar e manter a temperatura do organismo. Porém, quando se perde líquido em excesso, corre-se o risco de ficar desidratado. Ainda mais sambando em pleno verão brasileiro e refrescando-se com um delicioso diurético chamado cerveja", ressalta o especialista.
Outra coisa importante, alerta ele, é que especialmente as mulheres, têm uma tendência genética à hiperidrose, problema que, em alguns casos, chega a ser incapacitante.
"Normalmente, a transpiração em excesso é percebida já na adolescência, em lugares como axilas, palmas das mãos e planta dos pés. Além do desconforto de não poder usar determinados tipos de roupas e sapatos, isto traz a pessoa um constrangimento social e psicológico. É que em alguns casos, por causa da transpiração excessiva, podem surgir fungos e micoses, gerando mau odor nestas partes do corpo", salienta o diretor do IJP.
É bem verdade que existe tratamento a hiperidrose, alguns deles dolorosos, caros e demorados como, por exemplo, as aplicações de botox. Porém, estas terapias conseguem apenas reduzir os sintomas, mas não eliminar o problema. Por isso, em alguns casos, só mesmo a intervenção cirúrgica se mostra eficaz.
"A simpatectomia lombar endoscópica, por exemplo, é uma técnica minimamente invasiva que vem sendo utilizada com sucesso em casos de suor excessivo nos pés, em pacientes que já se submeteram a tratamento e até a simpatectomia torácica (cirurgia para tratar o suor em excesso das mãos e axilas). É que como a origem da terminação nervosa que desencadeia o suor nos pés está na região lombar, à cirurgia torácica só consegue resolver 30% dos casos de hiperidrose plantar", explica o cirurgião.
Infelizmente, e talvez por questões que envolvam gestão publica de saúde (ou falta dela), nem todas as cirurgias minimamente invasivas são liberadas e aprovadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o que é uma pena. Isto porque embora, de início, este tipo de procedimento exija um significante investimento por parte do governo, para a compra de equipamentos e treinamento e especialização de profissionais da Saúde, a médio e longo prazo, a economia nos gastos com estes pacientes seria incontestável, graças à redução de custos com tratamentos, internações e absenteísmo.
Website:
http://www.ijp.com.br/es/clinica/centros-de-excelencia/cirurgia-do-suor-excessivo-hiperidrose/