Releases 11/08/2015 - 03:16

Mercado de trabalho no Brasil desacelera e previsão é de agravamento, por Zeca Oliveira


Rio de Janeiro, RJ--(DINO - 11 ago, 2015) - As previsões sobre o agravamento da situação do mercado de trabalho feitas no início deste ano estão se confirmando. Segundo informa o empresário Zeca Oliveira, um relatório divulgado neste mês pela empresa Gradual Investimentos aponta que a economia brasileira continua dando sinais de desaceleração com consequente elevação da taxa de desemprego, quadro que tende a se agravar. Reflexo do baixo crescimento do país, que começou a dar sinais de deterioração em 2014, a queda nas vagas no mercado de trabalho não é surpresa para os analistas. Por sua vez, a situação atual e a previsão de piora para os próximos meses levou o Governo Federal a tomar medidas emergenciais, como o programa de Proteção ao Emprego.

Relatório da Gradual Investimentos
Segundo a Gradual Investimentos, a taxa de desemprego no mês de junho foi de 6,9%, pior taxa para o mês desde 2010, conforme relata Zeca Oliveira. A empresa trabalha com a hipótese de agravamento do quadro, que deve atingir seu pior patamar no início do segundo semestre.

Outro dado relevante é a queda do Rendimento Médio Real Habitual da população, indicador diretamente relacionado à situação do mercado de trabalho, e que sofreu uma queda de 2,9% em relação ao mesmo mês no ano passado (ficando em R$ 2.212,87). A combinação destes elementos ? diminuição da abertura de novos postos de trabalho, aumento das demissões, queda na renda real das famílias e desaceleração da economia ? tende a aumentar o endividamento da população e contribui para o aumento da inadimplência. Segundo Zeca Oliveira, a Gradual Investimentos afirma que os números já eram esperados tendo em vista o ajuste macroeconômico em curso.

Estudo do Conselho Federal de Economia
Um estudo divulgado pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon) intitulado "Elevação da Taxa de Juros Agrava Situação do Mercado de Trabalho no Brasil: 2002/ 2015", indica a provável perda de 1 milhão de empregos em 2015. Segundo Zeca Oliveira, para a Cofecon, o desemprego é generalizado espacialmente e setorialmente e exigirá medidas de longo prazo para que a situação possa ser revertida.

Medidas emergenciais
De olho na crise do mercado, o Governo Federal tomou algumas medidas emergenciais. Uma delas, ainda segundo dados da Gradual Investimentos, foi a redução da meta de superávit primário neste e nos próximos anos, medida tomada em consequência da queda da arrecadação fiscal gerada pela desaceleração da economia.

Porém, segundo Zeca Oliveira, a medida emergencial que está mais claramente ligada ao desaquecimento do mercado de trabalho diz respeito ao anúncio do Programa de Proteção ao Emprego. A medida autoriza as empresas a reduzirem em até 30% a jornada de trabalho e em até 15% os salários de seus trabalhadores. A medida, que tem validade até 31 de dezembro, tem como objetivo evitar mais demissões. Segundo o Governo Federal, esta é uma medida emergencial e temporária indicada pela OIT (Organização Internacional do Trabalho). Para que uma empresa possa aderir ao programa, ela terá que comprovar que está passando por dificuldades financeiras e a decisão deverá ser aprovada também pelo sindicato que representa os seus trabalhadores. Com base nos dados dos estudos divulgados, a previsão é de que a redução de geração de empregos continue em 2016, informou Zeca Oliveira.
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