São Paulo, SP--(
DINO - 27 ago, 2015) - Era uma vez uma história de amor. Uma história onde os heróis não tinham super poderes, mas super valores. Eram tão humanos que qualquer criança sozinha no recreio ou zoando na aula, qualquer menina tentando se encontrar e se encaixar nos padrões aceitos pela "galera" podia se identificar. A roqueira descolada e o esquisitão da turma de repente descobrem que são mais que rótulos. Alternativos, valentões, nerds e atrapalhados descobrem que o melhor de cada um os faz mais forte. E um professor muito especial testemunha a jornada de transformação daqueles jovens que viveram o despertar de uma consciência mais humana. Era uma vez
O Lado B do amor .
Primeiros passos
Dia 9 de setembro de 2015 completa um ano que o espetáculo O Lado B do amor: por uma escola sem bullying, ganhou vida nos palcos do Teatro Nelson Gonçalves no
CEU Tiquatira . Uma estréia muito feliz, com 200 crianças vibrando a cada momento, identificando-se com as situações e conflitos que eles vivem cotidianamente. Suas reações foram balizadoras para o espetáculo, mostrou os pontos fortes e os que necessitavam de ajustes. E foi assim com várias outras apresentações até chegarmos ao formato atual, que nasceu em abril deste ano, novamente no CEU Tiquatira, com a direção de Diego Krausz, que foi o grande responsável pelas músicas e coreografias que tanto encantam o público. A
Cia conseguiu apoio da
Harmonia Arte em Madeira para a confecção de um novo cenário, que está em desenvolvimento. E ainda, fazendo juz à ludicidade da peça, as personagens ganharam versão em mangá, nas mãos do artista ilustrador
Felipe Geciani .
Por onde andamos
Recentemente a autora, Viviane Pascoal, resolveu revisitar as escolas por onde passou e conversar com os coordenadores para saber dos efeitos e impressões que o espetáculo provocou. E o que ouviu, compensa qualquer esforço. Katia Regina, diretora do Colégio Evolução - Objetivo, que recebeu o grupo em 7 de outubro de 2014, diz: "Foi um dia muito especial. O
elenco contagiou todo mundo e com certeza eles nunca vão esquecer. É uma forma muito bacana de falar com os alunos sobre bullying, porque no dia a dia muitas vezes os professores deixam passar batido por falta de tempo mesmo. Se outras escolas abrissem esse espaço para receber a peça, com certeza veriam o quanto é transformador." A coordenadora Tatiana Cassioloto, do Colégio Paulista reforça esta visão: "Tivemos ideia de fazer este projeto porque dentro da escola a gente não foge ao problema do
bullying . Eu via que em muitos momentos os alunos se identificavam e na hora que entrou a mãe cobrando uma tarefa que o professor passou para o filho foi muito engraçado, são coisas que acontecem mesmo no ambiente da escola."
A coordenadora Pola Paparelli e o diretor do Colégio Exatus, Julio Tanaka também deram um feedback muito positivo. "A gente percebe que é um trabalho feito com o coração e por isso mesmo eles conseguem envolver as crianças", conta Julio. "Ficamos muito emocionados de receber o trabalho de uma ex-aluna e tivemos uma grata surpresa com a qualidade do espetáculo. Especialmente os alunos de oitavo, novo ano se identificaram muito com vários elementos que apareceram na peça e que fazem parte do cotidiano deles. Eles deram depoimentos para os professores, e isso para nós foi de grande valia", afirma a professora Pola.
As marcas que deixamos
"Foi gratificante revisitar algumas das escolas por onde passamos e perceber que de fato deixamos a nossa marca. Mas o feedback mais importante vem dos alunos" - conta Viviane. E acrescenta: "Na nossa primeira apresentação um menino de 8 anos comentou "Sabe, tia, tem uma menina na minha escola, que ela é gorda. E eu nem falo com ela. Mas eu vou começar a falar com ela! Eu aprendi que gente não pode maltratar as pessoas!" Lembro também de Isaac, 12 anos, do Colégio Evolução que disse a gente tocava muito o coração das pessoas. Isso marcou. Esta semana mesmo, uma menina de 10 anos, Thatila, me mandou uma mensagem dizendo "amei a peça, vi na minha escola, no CEU Tiquatira, queria ver de novo". Conversando, ela contou que aos domingos, ajuda algumas crianças da comunidade a ler e escrever. Ela perguntou qual o valor do ingresso porque queria que os amigos fossem assistir. Fiquei tocada com a atitude dela. Entrei em contato com a Daniele Oliveira, coordenadora de cultura CEU Tiquatira, e conversamos para pensar em uma ação articulada. Foi por ela que criei a campanha "Ingresso Solidário". Qualquer pessoa ou empresa pode comprar ingressos a R$ 15,00 para doarmos para as crianças do CEU e outras escolas públicas, para que possam assistir a próxima apresentação, dia 15 de setembro no Teatro Califórnia, no Tatuapé. Já conseguimos 3 ingressos, é uma conquista de cada vez. Sempre que vemos o brilho nos olhos de uma criança, compartilhamos suas inquietações, testemunhamos suas reações sempre tão autênticas, tudo isso nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. O caminho do coração das crianças, que é por onde começa toda a transformação.
Para conhecer o trabalho da Cia Interato:
www.ciainterato.com.brwww.facebook.com/ciainteratoPara contribuir com a campanha Ingresso Solidário, entre em contato:
Viviane Pascoal
contato@ciainterato.com.br