Releases 07/11/2016 - 14:12

Fernando Santos-Reis fala sobre saneamento básico no Brasil


São Paulo, SP--(DINO - 07 nov, 2016) - São Paulo - Numa mesa de bar, entre um assunto e outro, as pessoas acabam discutindo sobre a qualidade dos serviços que usam. Quase sempre giram em torno das contas bancárias, planos de celular, internet, plano de saúde. Há ainda quem coloque em pauta a conta de luz - "aumentou na sua casa também?", alguém questiona -, mas ainda não é muito comum de se ver. Para Fernando Santos-Reis , fundador e presidente por nove anos da Odebrecht Ambiental , falar sobre a conta de água, então, é ainda mais raro.

"Apesar de convivermos com a água o tempo todo, pouquíssimas pessoas tem conhecimento pelo que existe por trás do setor; como ela chegou no seu chuveiro ou o quanto, de fato, você está pagando por ela", diz. Para ele, a distância das pessoas das questões da água precisa ser reduzida com urgência e a consciência das questões relacionadas à água trazida para o cotidiano das pessoas.

Temas como esse foram debatidos num bate-papo com Marussia Whately, ativista e uma das idealizadoras da organização Aliança pela Água , em São Paulo. O encontro foi produzido pelo Juntos Pela Água minissérie de cinco vídeos, disponíveis no canal do site no YouTube . Esta é a primeira vez que o engenheiro e a ativista se reúnem para discutir o cenário da água no Brasil.

Gestão da água

Nos primeiros episódios da série , Fernando conversa com Marussia sobre a gestão da água no País. Ele cita obstáculos enfrentados na hora de garantir água potável à população, como o falta da cultura de coordenação de crise, e ainda reflete sobre soluções que poderiam impulsionar o desenvolvimento do saneamento básico.

A ativista cita o avanço do setor com a criação da Lei Federal 11.445 de 2007, que estabelece diretrizes nacionais de uma política federal para o saneamento básico, mas, para Fernando, ainda é necessário colocá-la em prática.

"O saneamento básico no Brasil não tem dono", diz Santos-Reis. Para ele, a população brasileira ainda têm dificuldades de identificar quem é responsável pelos serviços de água tratada, coleta e tratamento de esgoto. Com um cenário muito desigual em termos de estrutura, a realidade do setor muda bastante de uma região para outra.

Subsídios cruzados

De acordo com Fernando Santos-Reis, com municípios em realidades tão diferentes, uma prática que sustenta parte do saneamento básico no Brasil, tanto água quanto esgoto, é a política de subsídios cruzados.

Um exemplo de solução é o aplicado no Tocantins, que é totalmente operado pela Odebrecht Ambiental. Com a Agência Tocantinense de Regulação, a Fernando buscou uma divisão equilibrada para determinar onde haveria atuação como concessionária e onde seria como operadora.

Assim, chegaram ao número de 47 municípios com pelo menos 12 mil habitantes. Neles, a Odebrecht Ambiental funciona como concessionária e tem a responsabilidade de operar e investir no setor. Nos municípios menores, a atuação é apenas como operadores. "Assim somos complementares ao Estado em uma questão que depende do compromisso dos dois parceiros, ninguém faria sozinho", explica Fernando Santos-Reis, citando ainda a Funasa, órgão do governo federal, que tem o papel de desenvolver o saneamento em áreas rurais.


Website: http://www.juntospelaagua.com.br/