Releases 22/11/2018 - 16:16

Esperança no novo governo também inclui Parques Tecnológicos, avalia especialista do setor


Rio de Janeiro, RJ--(DINO - 22 nov, 2018) -
Após verem recursos da ciência minguarem nos últimos anos no país, representantes do setor têm expectativa de que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, retome os investimentos para que a área avance no país, principalmente a partir de parques tecnológicos.

No Brasil, para ter uma ideia, o número de pesquisadores cadastrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) dobrou entre 2008 e 2016. A quantidade chegou a 200 mil profissionais, 60% deles com doutorado.

Entre 1993 e 2016, segundo o CNPq, a quantidade de instituições de pesquisa saltou de 99 para 531 e a de grupos de pesquisa passou, no mesmo período, de 4.402 para 37.640, de acordo com dados oficiais. Parques tecnológicos reúnem empresas de pesquisa e desenvolvimento, inovação, competitividade e treinamento profissional e empresarial.

Apesar de o Brasil ter um expressivo número de pesquisadores e produção científica de grande repercussão internacional, ainda é pequeno o número de patentes e produtos ou serviços inovadores provenientes de empresas brasileiras. É o que observa Eduardo Cruz, membro do conselho da empresa Axis Biotec, referência no mercado farmacêutico e voltada à nacionalização e ao desenvolvimento de tecnologias de produção de medicamentos biológicos usados em tratamento contra o câncer. Uma das doenças que mais matam no mundo todo.

De acordo com Eduardo Cruz, o déficit da balança comercial brasileira, somente no setor de medicamentos, é superior a US$ 6 bilhões por ano. Esse número é maior do que todo o excedente das exportações brasileiras de carne bovina e café, conforme apontam dados oficiais.

O Brasil tem o maior sistema de saúde universalizado do mundo. No entanto, orçamento da saúde pode explodir se o país não nacionalizar a produção de medicamentos mais caros investir em ciência e tecnologia para ter patentes e produtos próprios e relevantes no setor. Mas isso leva tempo. Anos ou décadas, mas é preciso começar.

“O envelhecimento da população aumenta o estresse orçamentário porque essa população é a mais afetada por patologias degenerativas e câncer, e esses são os alvos de drogas e tecnologias cada vez mais caras”, alerta Eduardo Cruz.

Levantamento da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) mostra que o país tem 369 incubadoras, onde estão instaladas 2.310 empresas incubadas (as chamadas start-ups) e 2.815 empresas graduadas.

"A inovação tem CEP, acontece em lugares específicos. É fundamental que exista um ambiente adequado para que empresas de base tecnológica e pesquisadores universitários interajam, e então produtos e serviços inovadores prosperem e aconteçam", diz o conselheiro da Axis Biotec.

Eduardo Cruz, que também é acionista da Cryopraxis, empresa que possui o maior e pioneiro banco de sangue de cordão umbilical e células-tronco do Brasil, diz que a confirmação do nome do cientista Marcos Pontes para o Ministério da Ciência e Tecnologia representa esperança para o país.



Website: http://www.axisbiotec.com.br