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DINO - 10 jun, 2015) - Há 66 anos, o Dia dos Namorados é comemorado no Brasil. Ele foi instituído em 1949 pelo empresário do ramo da publicidade João Dória, que criou o slogan "não só com beijos que se prova o amor", para uma famosa loja paulista. A campanha foi um sucesso, e logo a data passou a ser adotada pelo comércio varejista de todo o país. A ideia do empresário foi inspirada pelo dia dos namorados que já era comemorado na Europa e Estados Unidos em 14 de fevereiro, Dia de São Valentim. Mas, como no Brasil, fevereiro é o mês do carnaval, São Valentim não era um santo muito popular por aqui, e junho não possuía nenhum feriado comercial que pudesse alavancar as vendas, a data escolhida foi o 12 de junho, véspera do Dia de Santo Antônio, "o santo casamenteiro". Nessa data,
é comum que os casais troquem presentes românticos, como buquês de flores. O santo casamenteiro
Santo Antônio nasceu na cidade de Lisboa em 15 de agosto de 1195, foi ordenado frade franciscano, e ficou conhecido por ser um grande escritor e orador. Faleceu dia 13 de junho de 1231, na cidade italiana de Pádua (daí também ser conhecido por Santo Antônio de Pádua). O santo passou a ser reconhecido como protetor dos enamorados e dos casamentos pois, segundo uma lenda lusitana, no século 17 uma mulher que desejava ardentemente se casar, desesperada, atirou a imagem do santo por uma janela, após muitas súplicas não atendidas. A estatueta atingiu em cheio a cabeça de um soldado que passava na hora. O acidente teve um final feliz e o soldado se casou com a moça.
Nos últimos tempos, as datas e feriados comemorativos têm sido questionados por seu caráter comercial, que só visam ao lucro e ao aumento dos índices de vendas. No entanto, muitos dias festivos têm origens históricas e raízes em tradições populares que remontam aos primórdios da humanidade, demarcando rituais fundamentais para a união e reafirmação de valores de várias sociedades.
As origens da festa
A comemoração do dia dos namorados remonta a Idade Média, relembrando a data da morte de São Valentim. O mártir cristão celebrava e abençoava casamentos clandestinos, em uma época em que novos casamentos eram proibidos pelo imperador, pois homens jovens solteiros eram procurados para engrossar as fileiras dos exércitos romanos. O santo rebelde foi preso e decapitado, mas conta-se que, antes de morrer, se apaixonou pela filha do carcereiro, mantendo com ela um romance e lhe deixando uma mensagem de amor, assinada como "do seu Valentim". Era o primeiro cartão do dia dos namorados.
A data também marcava a celebração de rituais pagãos de fertilidade e renovação da terra, em que as rígidas imposições da Igreja Católica eram desobedecidas. Durante os festejos populares, as mulheres relembravam os tempos de solteiras e ficavam livres de suas obrigações matrimoniais, flertando com outros homens e até cometendo adultério, com o aval de seus maridos. Essa tradição foi duramente combatida pela Igreja, até desaparecer por completo, sendo substituída pelas homenagens e celebrações de afeto e fidelidade entre casais de todo o mundo.
Diferentes tradições e presentes
Assim, outras tradições foram inventadas, com características específicas de cada região. No País de Gales, no dia dos namorados, colheres de madeira entalhadas em formato diferentes como chaves, fechaduras e coração eram ofertadas às mulheres, enquanto, na Inglaterra, crianças se vestiam como adultos e saíam de casa em casa entoando canções de amor. O costume de dar flores de presente, possivelmente, tem sua origem no começo do século XVIII, quando poesias orientais sobre a linguagem das flores se tornaram muito populares, enumerando as qualidades, segredos e simbologia de lírios, violetas e rosas.
Os buquês de rosas na cor vermelha são universais, e simbolizam o amor e a paixão. São a escolha mais tradicional e clássica, para agradar a todos os gostos. Outro presente tradicional, que geralmente acompanha as flores, são caixas de bombons, muitas em formato de coração, em embrulhos detalhados e sofisticados, com laços de fitas também vermelhas. O costume de dar chocolates como presente vem do Japão, em que, nos anos 30, as mulheres começaram a presentear seus amados com o doce, aproveitando para declarar o seu amor.
Fonte:
Nova Flor