Releases 25/05/2016 - 18:07

Ricardo Guimarães reporta que capital de risco abandona as "startups" da Ásia


(DINO - 25 mai, 2016) - Ricardo Guimarães, presidente do banco BMG, relata que as startups asiáticas estão enfrentando uma nova e dura realidade: a fuga do capital de risco. Investidores que apostam seu dinheiro em novas empresas, com alto risco de retorno, estão desacelerando seus investimentos nesta modalidade.

Nos últimos anos o continente asiático foi um território fértil para a proliferação de novas empresas com foco em tecnologia, sem pesquisa mercado ou certezas de ganhos: as conhecidas startups. Ricardo Guimarães, presidente do banco BMG, ressalta que esse tipo de empresa é extremamente dependente do capital provido por investidores dispostos a trabalhar em mercados de alto risco. De olho nas novas empresas que surgiam na Ásia, muitos investidores com esse perfil migraram seus investimentos para as startups asiáticas nos últimos anos.

Contudo, as recentes incertezas advindas do desaquecimento da economia global, a inconstância das bolsas chinesas e a expectativa sobre os rumos da economia norte americana, têm deixado os investidores de alto risco receosos e fazendo com que eles retirem seu capital financeiro das startups asiáticas. Ricardo Guimarães, o presidente do banco BMG, ainda lembra que existem fortes rumores vindos do Vale do Silício de que o setor de tecnologia estaria prestes a enfrentar uma bolha ? que seria outro motivo para desanimar novos investimentos em startups da Ásia.

Ricardo Guimarães, presidente do BMG, cita a pesquisa realizada pela empresa de Hong Kong AVCJ Research, na qual aponta uma queda de 28% no investimento de capital de risco em empresas chinesas de tecnologia no primeiro trimestre de 2016, comparado ao mesmo período de 2015. Em termos monetários isso significa que os investimentos de capital de risco em startups chinesas recuou de 2,5 bilhões de dólares para 1,8 bilhão de dólares no primeiro trimestre do ano. Enquanto na Índia, outro país com grande número de startups de tecnologia, os investimentos no setor recuaram 17% no primeiro trimestre de 2016, onde os investimentos na primeira parte de 2016 alcançaram apenas 736 milhões de dólares.

O país asiático que sofreu maior queda de investimentos de capital de risco no setor de startups foi a Coréia do Sul, lembra Ricardo Guimarães, do banco BMG. No primeiro trimestre de 2016 foram injetados 45,8 bilhões de dólares no setor, valor 37% menor comparado com o mesmo período de 2015.

Ricardo Guimarães, presidente do banco BMG, aponta que os investidores estão mais espertos quanto ao surgimento de startups e com maior capacidade de analisar aquelas que contam com maior possibilidade de retorno, conhecidas no meio como "unicórnios", das que não oferecem grandes probabilidades de ganhos. A tendência para 2016 é que os investidores optem por startups avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares, além de escolherem as chamadas unicórnios.

O resultado dessa queda de investimento em empresas asiáticas de tecnologia é o fechamento de diversas startups por falta de capital, um fenômeno que se tornou uma constante nesse início de ano, especialmente na China, Índia, Coréia do Sul e Indonésia: países aonde é mais evidente a queda de investimento de capital de risco no setor de tecnologia.