São Paulo, SP--(
DINO - 27 mai, 2016) - Que a prevenção é a melhor estratégia contra o câncer não há dúvidas, mas com o aumento no número de casos nos últimos anos, especialistas alertam para a importância de exames como a colonoscopia para detectar lesões em estágio inicial. Nesse mês o assunto ganha destaque internacional, já que maio é o mês da consciência celíaca e, dia 29, dia mundial da saúde digestiva, por isso diversas campanhas alertam sobre a importância da prevenção e dos cuidados com o intestino.
No Brasil, Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer, em 2016 devem ser diagnosticados 34 mil novos casos de câncer colorretal. Em 2008, a estimativa era de 25 mil novos casos. O aumento já é observado por especialistas, que destacam a importância da prevenção: "Temos exames eficazes, procedimentos que permitem a identificação de pólipos ou lesões em estagio inicial, mas as pessoas continuam se automedicando ou dando pouca importância aos sintomas, ao acompanhamento de rotina e exames como a colonoscopia", explica Marcon Censoni, médico especialista em cirurgia digestiva e laparoscópica e coloproctologia.
Nos Estados Unidos, onde a expectativa é que a doença seja diagnosticada em 134 mil pessoas, causando 49 mil mortes, a Associação Americana do Câncer e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, com o apoio de diversas ONGs e entidades está promovendo discussões para conscientizar sobre o tema e criou a campanha "80 by 2018", que tem como objetivo garantir que 80% do público a partir de 50 anos tenha acesso a exames que possam diagnosticar precocemente o câncer colorretal. Estimativas indicam que um em cada 20 norte-americanos terá câncer de cólon; em 85% isso acontece após os 50 anos, por isso a importância de garantir o acesso desse público a exames.
Por aqui, os especialistas alertam: pacientes com queixas abdominais recorrentes (em qualquer idade), sangramento nas evacuações, quadros de dores abdominais (tipo cólica) ou diarreia persistente, é preciso procurar um especialista para identificar os exames e procedimentos necessários. E mesmo sem sintomas, a partir dos 40 anos é importante fazer avaliações preventivas com um especialista: "Na última década, os hábitos dos brasileiros vêm mudando, há um interesse maior por alergias alimentares e queixas crescentes de desconforto abdominal. No dia a dia do consultório, observo um aumento nos achados patológicos em pacientes mais jovens, entre 25 e 40 anos: pólipos e doenças inflamatórias intestinais ( Doença de Crohn e retocolite ulcerativa) têm sido cada vez mais frequentes, por isso precisamos insistir na importância das avaliações preventivas e do acesso aos exames como a colonoscopia para identificar lesões precocemente e tratar da maneira mais eficaz", comenta o Dr Censoni.
A Sociedade Brasileira de Proctologia afirma que entre os fatores de risco para o câncer colorretal destacam-se a idade (acima de cinquenta anos), dietas com alto teor de gordura e a obesidade, histórico familiar de câncer (não apenas no intestino, mas ovário, endométrio, mama e tireoide) ou de doenças inflamatórias intestinais. Como prevenção, além do acompanhamento com especialistas e o papel da colonoscopia, a sociedade destaca a importância dos hábitos alimentares, com dietas mais ricas em fibras e menos gordura.
Para o Dr Marcon Censoni, cuidar do sistema digestivo não é só prevenir o câncer: "Os números de câncer colorretais são alarmantes e exigem medidas urgentes, mas é preciso pensar na obesidade, na saúde gastrointestinal e nos hábitos e histórico de cada paciente que podem evoluir para doenças mais graves, para cuidar e acompanhar não apenas para evitar mortes, mas para envelhecermos melhor", argumenta.
Saiba Mais:
Marcon Censoni de Ávila e Lima é graduado em medicina pela PUC-Campinas, com especialização em Cirurgia Geral, em Campinas, especialização em Cirurgia Digestiva e Laparoscópica , na Universidade Louis Pasteur, em Estrasburgo, França e especialização em Coloproctologia e Colonoscopia no Hospital Sírio-Libanês
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