Em nota, refinaria diz que Sindicom faz campanha contra sonegação, mas esconde cartelização de preços.
A Refinaria de Manguinhos reagiu contra os ataques feitos no último fim de semana pelo Sindicom, sindicato que representa as maiores distribuidoras de combustíveis do país - como Shell, Cosan e Ale. Sua campanha "combustível legal" foi veiculada em anúncios pagos e em notícias publicadas por Folha de S.Paulo, O Globo, Veja e Época, com acusações de que Manguinhos, a única refinaria privada do país, sonega impostos. Em nota, a refinaria rebate dizendo que a campanha das grandes distribuidoras, na verdade, não tem o objetivo de defender o consumidor, mas sim de eliminar quem não participa do esquema montado para acabar com concorrentes e combinar preços de combustíveis em todo o país.
Leia a nota:
ESCLARECIMENTO PÚBLICO
O sindicato que agrupa as maiores distribuidoras de combustíveis do país anunciou que tentaria explicar, a partir deste sábado (5/11), por que sua rede de postos subiu o preço dos combustíveis quando o governo, para conter a inflação, baixou o preço dos produtos.
É um desafio e tanto. Afinal, como explicar que num país em crise econômica a Petrobras tenha aumentado os lucros dessas distribuidoras enquanto ela perdia mais de R$ 60 bilhões? Ao mesmo tempo em que as distribuidoras, meras intermediárias do processo, aumentaram seus lucros, a Petrobras amarga os maiores prejuízos de sua história.
Shell, Ipiranga e Ale, empresas que se escondem por trás do pseudônimo "Sindicom", controlam os preços dos combustíveis. E combinam entre si não competir para garantir seus lucros, da ordem de bilhões de reais por ano.
Como nova estratégia de impedir a competitividade, as empresas do Sindicom estão alugando quase todo o espaço de armazenagem no Porto de Santos, mesmo para não usar. Apenas para impedir que as empresas que não participam do esquema importem combustíveis e perturbem sua farra.
Quem atrapalha, confessa o Sindicom, é a Refinaria de Manguinhos, que oferece combustíveis a preços mais baixos e demonstra que os preços praticados por eles estão acima do necessário. Manguinhos mostra que os reis estão nus. E que estão prejudicando o consumidor.
Da mesma forma que as distribuidoras se beneficiaram dos R$ 60 bilhões em subsídios do Erário, a BR Distribuidora repassou ao Sindicom grande parte dos R$ 150 milhões que o sindicato gastou nos últimos anos. É com esse dinheiro público que Shell, Ipiranga e Ale estão pagando essa campanha publicitária que começa amanhã. Com o dinheiro da população.
Dinheiro para eles não falta. Afastado da presidência da BR Distribuidora depois da descoberta de que estava envolvido nos crimes da operação Lava Jato, José Lima de Andrade Neto foi deslocado para a presidência do Sindicom, com salário anual de R$ 2 milhões. Com a denúncia do desaforo feita pela Refinaria de Manguinhos, ele foi afastado do cargo. Os demais diretores do sindicato têm o mesmo nível de remuneração: entre R$ 50 mil e R$ 150 mil por mês. São novos marajás bancados em grande parte por dinheiro público.
O Sindicom tem patrocinado também eventos da Polícia Federal, do Ministério Público e de juízes. Todos os eventos destinam-se a falar de "sonegação". É o truque que usam para tentar desmoralizar a Refinaria de Manguinhos. Na verdade, a empresa trava disputas judiciais porque tenta quitar parte de seus débitos através da compensação com créditos a receber, que os Estados foram condenados a pagar a partir de decisões judiciais transitadas em julgado.
Mas as empresas agrupadas no Sindicom insistem nisso e distribuem dossiês "apócrifos" e distorcidos a todas as autoridades que possam prejudicar Manguinhos. Uma pequena rede de jornalistas conhecidos, a serviço do sindicato, se encarrega de divulgar as falsas acusações, sem se interessar pela realidade: o Sindicom precisa destruir Manguinhos para preservar seus lucros ilegítimos.
REFINARIA DE MANGUINHOS
www.refinariademanguinhos.com