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DINO - 01 abr, 2016) - Muito se fala sobre o diagnóstico do autismo, principalmente pela importância de uma intervenção precoce. Mas segundo a especialista em deficiências intelectuais, Natália Costa, é importante ampliar na área da saúde, da educação e na sociedade como um todo a discussão sobre como lidar com o acolhimento da pessoa com
autismo na vida adulta. "Os pais que têm essa confirmação podem encontrar ampla informação na Internet e na mídia sobre o assunto, principalmente relacionada ao desenvolvimento na infância. O que acontece é que essas crianças crescem e precisam também de uma abordagem diferenciada", conta a psicóloga, que também é diretora do
Centro Especializado Nossa Senhora D´Assumpção (Censa Betim) .
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento de início precoce, caracterizado por alterações na comunicação social e presença de comportamentos e interesses repetitivos e restritivos. No Brasil não existem estudos que determinam com precisão o número de
autistas no país. Entretanto, atualmente adota-se como critério de prevalência mundial 1% da população, o que revela cerca 70 milhões de pessoas no mundo, dentre elas dois milhões de brasileiros.
"No TEA é comum a ocorrência de outras patologias, principalmente a deficiência intelectual, a epilepsia e a
síndrome de Down . Com o aumento da expectativa de vida da população, estamos convivendo com um evento novo que é o envelhecimento do autista. Contrariando muitos prognósticos, eles estão chegando à velhice e nessa fase da vida podem demandar mais cuidados do que outros idosos. É comum a ocorrência do envelhecimento precoce devido à neurofisiopatologia do TEA, que pode ser agravada pela exposição à terapia medicamentosa intensa durante toda a vida. Indivíduos com diagnóstico de deficiência intelectual grave não conseguem desempenhar as tarefas cotidianas sozinhos. Na ausência dos pais e na inexistência de mecanismos públicos que ofereçam suporte, ficam em condições de vulnerabilidade social", comenta.
A abordagem multidisciplinar, a participação da família e a atuação do poder público são condições imprescindíveis para garantir a qualidade de vida dessas pessoas. Referência no Brasil no atendimento a adultos com deficiência intelectual, o
Censa Betim , acolhe pessoas de todo o país com os mais diversos diagnósticos. Em um ambiente projetado, adaptado e acolhedor, elas desenvolvem diferentes habilidades, através de atividades como aulas de música, artesanato, equitação, bocha, atletismo e natação, além de contar com uma equipe transdisciplinar composta por médicos, psicólogos, fisioterapeuta, pedagoga, enfermeira, nutricionista e cuidadores em tempo integral.
"Ao longo de quase 20 anos no acolhimento de pessoas com
deficiência intelectual, percebo que o envelhecimento precoce é uma realidade que gera novos desafios para os profissionais que atuam nessa área", avalia Natália.
Website:
http://www.censabetim.com.br/