(
DINO - 07 dez, 2015) - José Borghi concedeu uma
entrevista para o programa Reclame abordando os novos desafios da propaganda em um cenário mais digitalizado e conectado. José Borghi é Co-Presidente da
Mullen Lowe ? antiga Borghi Lowe ? ao lado de André Gomes. Caçador de leões do Festival de Cannes, ele já possui treze em sua coleção. Ainda, conquistou importantes premiações no London Festival e no Prêmio Abril de publicidade. Recentemente,
José Borghi foi apontado como um dos
vinte publicitários mais influentes do país, e seu escritório está entre as
maiores agências do Brasil. A entrevista foi realizada pela Bruna Calmon.
Redator e criativo por formação, você iniciou sua carreira na Standart, hoje mais conhecida como Ogilvy, em 1988. Antes de abrir sua própria agência teve passagens pelos escritórios Talent, FCB, DM9/DDB e Léo Burnett, no qual foi VP de criação. José Borghi, como foi esse processo adaptativo para abrir o próprio escritório de publicidade e assumir junto com tarefas de criativo também a gerência?
Abrir o escritório veio da decisão de cuidar do todo, ao invés de somente de algumas partes. O tempo fica um pouco mais curto para se redigir como eu gostaria e como eu redigia antes. No entanto, essa foi uma encrenca que eu mesmo me meti, eu procurei isso. Acho que a transição fez parte de um processo natural, um aprendizado que fui tendo em todos os escritórios que passei, para então assumir a bronca com o meu próprio.
José Borghi, hoje o mundo está muito mais conectado e temos consumidores de mídias que estão olhando TV com um celular em uma mão e o Tablet na outra. Como se tornar relevante nesse novo mundo digital?
Esse é mais um desafio para criatividade. Basta olhar para nossos filhos que vemos que a dinâmica de consumir as mídias mudou bastante. Penso que muitas vezes a chave está em criar de maneira criativa algo que faça a ponte entre esse mundo digital e o real. O espaço na internet, nos celulares e sites já mostrou que o consumidor considera aquilo como um canto seu, então, é preciso cuidado para não ser invasivo. A propaganda deve buscar um diálogo com o consumidor, oferecer no meio digital coisas impactantes em sua vida real.
As respostas às propagandas são muito mais rápidas nos dia de hoje. Recentemente tivemos casos de comercias que precisaram ser tirados do ar devido ao grande número de haters comentando. O que você pensa disso, José Borghi?
A nossa comunicação se tornou muito mais rápida, de maneira que a crítica também vem quase que de modo imediato. Algumas vezes essas críticas e preocupações com o politicamente correto se tornam um veneno para publicidade, restringe o processo criativo e dificulta a aprovação dos comerciais. Por isso digo, o meio digital é bastante sensível, ser ousado no mercado publicitário atual é muito mais difícil do que no passado. A sensibilidade do meio digital lhe permite ter um "feedback" instantâneo, que pode pender tanto para o viés negativo, quanto para o positivo.
A entrevista de José Borghi concedida ao Reclame pode ser conferida nos links abaixo:
Parte 1:
https://www.youtube.com/watch?v=CBZUAB2iP5oParte 2:
https://www.youtube.com/watch?v=1VgM_AXzQIQWebsite:
http://joseborghi.com/