Releases 13/10/2015 - 13:56

OBESIDADE INFANTIL: Especialista defende multa e corte de benefícios para pais de crianças obesas


Curitiba, PR--(DINO - 13 out, 2015) - Curitiba ? "Acredito que ações mais drásticas sejam necessárias, já que os responsáveis pela obesidade severa entre os pequenos são os pais, e sem controle rigoroso destes não há possibilidade de obtenção de resultados". A declaração é de Marcelo Loureiro, Doutor em cirurgia mini invasiva, com especialização na Universidade de Bordeaux (França) e diretor do Instituto Jacques Perrisat (IJP) de Curitiba (PR).

Refrigerantes, sucos de caixinha, bolachas recheadas, doces e bolos industrializados, além dos fast foods já fazem parte do cardápio de quase 33% dos brasileirinhos com menos de 2 anos de idade. O dado alarmante divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde repercutiu internacionalmente, fazendo com que o presidente da World Obesity Federation, o endocrinologista brasileiro Wlamir Coutinho, declarasse que se nada for feito, até 2030, o Brasil será o país mais obeso do mundo.

Pais, escola e governo são responsáveis

É notório que os hábitos do pais influenciam diretamente o comportamento dos filhos e no caso da obesidade, isso não é diferente. Filhos de pais obesos tem até 80% de chance de também se tornarem adultos obesos. Por isso, o doutor Marcelo Loureiro sugere ações que impactem diretamente pais e escola ? principais responsáveis pela educação das crianças, bem como um posicionamento mais enérgico por parte do Governo em relação ao combate dessa epidemia que já atinge quase 57% dos brasileiros, fazendo com que uma em cada três crianças, entre 5 a 9 anos, esteja acima do peso.

O diretor do IJP ressalta que incentivar a prática de atividades físicas é importante, mas isso precisa extrapolar as academias e ser ampliado para espaços e praças públicas, sempre com a supervisão de um profissional. Ele ressalta ainda que a introdução da educação nutricional nas escolas, com atividades obrigatórias também para os pais de alunos é fundamental para a conscientização da necessidade de se combater a obesidade. Além dessas medidas, o especialista salienta outras duas que dependem de uma ação governamental.

"A sobretaxa de produtos nutricionalmente inadequados e aplicação de multa ou interrupção de subsídio público às famílias com crianças obesas, podem até gerar polêmica, mas surtiriam bons efeitos", salienta.

Medidas neste sentido já são realidade em alguns países. Na França, há cobrança de taxa extra sobre refrigerantes, enquanto que na Dinamarca, a taxação extra incide sobre alimentos com alto teor de gordura saturada. Na Hungria, produtos considerados não saudáveis como álcool, refrigerantes, alimentos energéticos e cafeína já possuem valor elevado.

Aqui no Brasil, temos regulamentação mais rígida em relação ao preço do cigarro e à publicidade de bebidas alcoólicas, porém, embora o Ministério da Saúde tenha cortado a quantidade permitida de gordura trans de muitos alimentos, nenhuma ação em relação aos produtos nutricionalmente inadequados foi tomada para melhorar a qualidade da alimentação de nossas crianças.

Impacto psicológico

Em função da obesidade doenças exclusivas de adultos como Diabetes tipo 2, hipertensão arterial sistêmica, dores articulares e refluxo gastresofagiano tornam-se cada vez mais frequentes em crianças e adolescentes. Além disso, não é raro o bulling com esses indivíduos que podem ter o psicológico afetado e carregarem traumas até a vida adulta.
De acordo com as atuais diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde, o tratamento cirúrgico é liberado apenas para pacientes com IMC (Índice de massa corpórea) igual ou maior que 40, podendo também ser indicada em casos de IMC inferior a 40 (a partir de 35), desde que o paciente tenha comorbidades como, por exemplo, o diabetes. Porém, no caso das crianças isso não é tão simples.
"Cirurgia para crianças obesas ainda é polêmica, não consensual e possível apenas em contexto de investigação científica", adverte o diretor do Instituto Jacques Perrisat ? referência em cirurgia mini invasiva bariátrica e metabólica na região Sul do país.

IJP ? Instituto Jacques Perissat - www.ijp.com.br
O IJP é um Instituto dedicado ao ensino da videocirurgia que, desde 2004, realiza cursos de pós-graduação, em parceria com a Universidade Positivo, já tendo formado mais de 300 cirurgiões do Brasil e América Latina.
O IJP conta ainda com um Centro de Pesquisas Jacques Perissat que, em parceira com o Hospital INC, desenvolve projetos e estudos clínicos experimentais, com rigoroso critério ético, e com uma Clínica de Cirurgia do Aparelho Digestivo, instalada nas dependências do Hospital Ecoville (INC) de Curitiba. A missão do IJP é a de exercer a medicina com o máximo de profissionalismo, empregando a melhor tecnologia, oferecendo ao paciente o melhor resultado, com segurança e a menor agressão possível.