Releases 29/05/2015 - 14:24

Fibra apagada: como está o cenário no Brasil?


(DINO - 29 mai, 2015) - A fibra apagada ou escura é um mercado que corre a passos largos fora do "spotlight" das telecomunicações. Em negociações milionárias e investimentos ambiciosos que fogem aos olhos do cliente final, operadoras, empresas de tecnologia e de infraestrutura estendem milhares de quilômetros de cabos ópticos por estradas e rodovias do país, além de comunicações com o exterior que possam criar novos "backbones". Até alguns anos atrás, o Brasil operava com um único backbone, da Embratel.

Mas porque esse mercado é tão importante e, ao mesmo tempo, tão desconhecido do público no Brasil? Em primeiro lugar, os detalhes técnicos de distribuição da rede geralmente não dizem respeito ao cliente final, o que ele quer é qualidade. A fibra apagada é um mercado bilionário nos Estados Unidos e Europa, e uma das tecnologias responsáveis pelas velocidades e volumes de conexão cada vez maiores.

Grande crescimento nas Regiões Sul e Sudeste

No Brasil, o mercado para esse tipo de serviço começou a proliferar em 2011 e 2012, quando novos players ingressaram no segmento com investimentos para criar dezenas de milhares de quilômetros de redes de fibra escura, passando pelas principais rotas de tráfego de dados do país e, obviamente, com maior concentração nas Regiões Sudeste e Sul do país, onde o acesso à rede é maior e o volume de dados consideravelmente superior ao de outras regiões.

Nas demais regiões do país, as redes ainda enfrentam a equação demanda versus distâncias percorridas. A grande quilometragem que precisa ser coberta ainda não é economicamente viável, em relação à demanda por dados em cidades das Regiões Norte e Nordeste, por exemplo. Por essa razão, a fibra ainda não é ofertada em algumas localidades, mas como tudo na economia, com o crescimento destas regiões parece apenas uma questão de tempo até que essas variáveis se equilibrem e empresas comecem a investir em grandes cabeamentos pelo interior do país.

Movimentação frenética

Mas não se engane, o mercado de fibra apagada já movimenta milhões no Brasil, embora números consolidados ainda não sejam rastreados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Com dezenas de milhares de quilômetros de fibras sendo instalados anualmente, e preços de "aluguel", que geralmente variam na casa de algumas centenas de reais por quilômetro ao mês, contratos milionários são a todo momento assinados não apenas entre operadoras, mas também entre empresas com grande necessidade de criar novos fluxos de dados e distribuição de capacidade de conexão.

Enquanto o mercado se organiza, cresce a base instalada. Projetos para instalação de 2 ou 3 mil quilômetros de fibra já são vistos com frequência no país e a maior oferta de internet de alta velocidade somente ajuda a expandir ainda mais esse mercado.

Grande mercado a ser explorada impulsionará fibra apagada

A grande tendência é que o quilômetro de fibra venha a se tornar uma espécie de commodity ao longo da próxima década, como ocorre com o megawatt para distribuidoras de energia ou BTUs no caso do gás natural. No exterior, pequenas bolsas onde ocorre a negociação de capacidades começam a dar seus primeiros passos, algo que cedo ou tarde chegará ao Brasil.

O ritmo de crescimento desse mercado tende a acompanhar a oferta de fibra óptica no mercado consumidor e, levando em conta que a fibra ainda é algo bastante raro e elitizado entre as conexões ofertadas e instaladas no país, há muito o que avançar e certamente centenas de milhares de quilômetros de novas fibras deverão ser incluídos na rede local ao longo dos próximos 5 ou 10 anos.

Fonte: Hostfiber