Releases 03/05/2016 - 16:26

Portal de viagem analisa a crise dos refugiados e o impacto no turismo na Europa; como a crise poderá afetar os viajantes brasileiros no verão europeu


São Paulo--(DINO - 03 mai, 2016) - Será que devemos desistir de uma viagem à Grécia por causa da crise de refugiados? De que maneira as multidões que fogem da guerra na Síria e outras guerras no Oriente Médio e na África afetam os tradicionais destinos turísticos?

Essa é uma realidade que afeta a vida de vários países da Europa, em muitos aspectos e também do ponto de vista da visitação. A preocupação de quem quer viajar é legítima e é preciso esclarecer como a situação tensa criada pelos refugiados se estende também ao turismo.

Refugiados na Europa

Em 2015, quase 750 mil migrantes e refugiados conseguiram chegar à Europa, através do Mar Mediterrâneo, sendo que 3.400 morreram ou estão desaparecidos. São dados divulgados pela Acnur (Agência das Nações Unidas para os Refugiados). Em 2014, foram cerca de 207 mil refugiados, o que totaliza mais de 1 milhão, considerando os que chegaram em anos anteriores.

A Grécia é o país mais procurado como ponto de chegada à Europa, seguida pela Itália e Malta. Muitos também entraram pela Espanha.

Dentro do país, a Ilha de Lesbos, que fica no Mar Egeu, é onde se concentram os recém-chegados, em campos para refugiados. Ali muitos barcos naufragaram e famílias inteiras morreram afogadas.

Em 2016, até março, foram 137 mil migrantes e refugiados que já chegaram à Europa pela rota do Mediterrâneo, entre a Turquia e a Grécia, de acordo com a Organização Internacional para Migrações, a OIM.

Dentre os países europeus, a Alemanha é o destino mais procurado pelos refugiados, com o maior número de pedidos de asilo. Em 2015, a Hungria foi o segundo país mais procurado pelos refugiados para a entrada na Europa Ocidental, mas, posteriormente, a fronteira foi fechada aos imigrantes. Quando se considera o número de refugiados em relação à população, a Suécia ocupa o primeiro lugar da lista, na proporção de oito para cada mil suecos.

Os imigrantes e refugiados são majoritariamente sírios, que fogem da guerra e da violência. Mas o Afeganistão, a Eritreia, a Líbia e a Somália também vivem conflitos e a situação de pobreza, que faz com que seus habitantes busquem refúgio em outros países.

A situação na Grécia e Turquia

Atualmente, há na Grécia aproximadamente 50.000 refugiados e imigrantes, vivendo em precárias condições nos campos de refugiados. Muitos continuam a chegar, enganados pelos que cobram pelo transporte, ignorando que a fronteira foi fechada e que serão deportados de volta.
Pelo acordo vigente a partir de 20 de março de 2016, assinado pelos Vinte e Oito da UE e o Governo turco, a cada imigrante irregular expulso da Grécia, de volta para a Turquia, será concedido asilo na Europa a um imigrante regular. Os imigrantes que chegam à Grécia precisam se registrar e pedir asilo, que será analisado pelas autoridades gregas. Os que chegam irregularmente e não solicitam asilo serão devolvidos à Turquia.

A Turquia e a Grécia estão cumprindo o acordo com a assistência da UE e órgãos internacionais, que estão cobrindo os custos das operações de retorno dos refugiados. A prioridade para que os imigrantes sejam aceitos na EU é dada para os que não tenham tentado entrar irregularmente. Entretanto, são milhares que aguardam a aprovação do visto, que não podem ser expulsos indiscriminadamente, o que exige uma grande quantidade de especialistas para a análise dos processos, com uma estimativa de um longo tempo necessário para as decisões.

A chamada crise dos refugiados foi criada com o aumento exponencial do número de pessoas que continua a desembarcar nas rotas que levam à Europa e em virtude dos milhares de mortos nos naufrágios de navios e barcos clandestinos que levam esses refugiados.

O Espaço de Schengen e o turismo

Essa onda contínua de milhares de refugiados, em meio à ausência de diretrizes comuns para a solução da crise, levou alguns países europeus a suspender o Acordo de Schengen, que permite a circulação de pessoas nos territórios da UE. A Alemanha, Áustria e Eslovênia, voltaram a controlar os passaportes nas fronteiras, o que logicamente afeta o turismo.

Há 20 anos, o Acordo de Schengen permite que turistas brasileiros entrem na Europa sem a necessidade de visto. Segundo o Acordo, é necessário apresentar o passaporte apenas uma única vez, ao chegar ao continente europeu, com direito a permanecer viajando por até 90 dias nos países europeus. O Reino Unido, a Irlanda e a Croácia estão fora deste Acordo.

A crise dos refugiados e o turismo na Europa
Se você está planejando visitar a Grécia, saiba que é nas Ilhas Gregas, principalmente em Lesbos e Kos, que estão os campos de refugiados atualmente. Os imigrantes que chegam podem pedir asilo e recebem autorização para residência temporária. Outros passam a trabalhar ilegalmente e ficam na Grécia.

Como turista você vai se deparar com a realidade de pessoas que vivem nas ruas ou nos precários campos de refugiados. As atitudes do turista frente a essa situação costumam variar entre ignorar o que está acontecendo e algumas tentativas de ajudar os refugiados. Entretanto, não há um obstáculo para que interrompa a viagem.

A crise é política e humanitária, que em tese não deve afetar o turismo, desde que os turistas tenham bastante clareza de que os refugiados que ali estão são pessoas que largaram tudo o que possuíam para tentar a vida longe da guerra e do terror. Portanto, a situação de contato com os refugiados não deve ser vista como oferecendo algum risco.

Existem alguns conflitos nas cidades de fronteira onde os refugiados tentam cruzar, principalmente na fronteira da Sérvia com a Hungria e com a Croácia. Quem segue de trem ou ônibus nessa região pode ter problema com atrasos ou cancelamentos. Mas fora isso, não há nenhum impedimento, pelo contrário: nenhum país europeu quer deixar de receber turistas.

Documentação em ordem

Para os que vão viajar à Grécia e outros países da Europa, o necessário neste momento é ter toda a documentação em ordem, para que possa atravessar as fronteiras.

Algumas dicas são importantes para quem vai viajar pela Europa, depois da crise dos refugiados:
- Apesar de por enquanto pouca coisa ter mudado, é preciso ficar atento ao noticiário. Podem ser criadas novas exigências para a entrada nos países. Se isso acontecer, nada de reclamar, é essencial manter a calma.

- O seu passaporte deve estar com validade, quer dizer, com pelo menos 6 meses antes do final de seu prazo.

- Compre um seguro de viagem Europa

- Tenha todos os documentos organizados e reunidos em uma pasta, como passagens de volta, comprovantes de hospedagem em hotéis ou apartamentos temporários, aluguel de carro e etc. Mantenha a pasta na bagagem de mão, de modo que você possa alcançar facilmente caso seja solicitado em uma fronteira.

- Também é importante que você tenha comprovantes de renda e de limites do cartão de crédito. Às vezes é exigido que se comprove a possibilidade de se pode sustentar na Europa pelo período das férias ou numa emergência.

- É importante ter dinheiro em espécie na carteira, além dos cartões de crédito.

- Existe a possibilidade de ter que enfrentar cancelamento de trens, estradas fechadas e outros transtornos. Mais uma vez, não adianta reclamar, é melhor ter paciência.

Ajuda aos refugiados
Se quiser ajudar os refugiados e se estiver no seu roteiro de viagem uma cidade europeia que tenha um centro de refugiados, você poderá fazer uma doação pessoalmente, visitando o local. Pela internet, a organização Save the Children está arrecadando dinheiro com foco no amparo às crianças órfãs.

Website: http://www.seguroviagem.org