São Paulo, SP--(
DINO - 25 mai, 2016) - São Paulo, maio de 2016 ? A obesidade infantil é um problema crescente no mundo e especificamente no Brasil, onde cerca de um terço das crianças está com excesso de peso (1). Sendo assim, tornou-se cada vez mais comum debater o tema, uma vez que a interferência dos pais é essencial para a adoção de uma alimentação equilibrada, incluindo aí a adequação da quantidade de gorduras consumida pelos pequenos é essencial para evitar o quadro.
De acordo com o estudo The Infant and Kids Study (2), realizado na região metropolitana de São Paulo, 33,5% das crianças da amostra ultrapassam a quantidade diária recomendada de gordura nas refeições. Ainda segundo o levantamento, conduzido em 2015, dentre as crianças que apresentam esse consumo elevado, ingere-se em média 25,5g adicionais de gorduras por dia, o equivalente a três colheres de sopa de óleo.
"A quantidade e o tipo de gordura da dieta interferem no risco do desenvolvimento de doenças crônicas, como obesidade e diabetes tipo 2, que estão cada vez mais prevalentes na população infantil", afirma a nutricionista Mariana Del Bosco. "O ajuste desse consumo é uma medida que pode trazer um grande impacto para a saúde das crianças. A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que, do total de calorias da dieta, 30% deve provir das gorduras, sendo menos de 10% proveniente de gorduras saturadas, consideradas ruins, 05 a 15% vindas das gorduras insaturadas," explica a especialista.
A hora de os pais agirem é na infância
Um aspecto que pode atrapalhar a ação imediata dos pais é a crença de que, principalmente quando atravessarem a puberdade, as crianças emagrecerão naturalmente por causa do crescimento. Pesquisas, no entanto, mostram o contrário: crianças com sobrepeso têm chance quatro vezes maior de levarem a obesidade também para a adolescência (3), mostrando que não é possível esperar para que o problema se resolva sozinho.
É importante que os pais pensem a respeito do que seus filhos estão comendo, especialmente no que se refere à quantidade de gorduras diárias ingeridas pelos pequenos. A alimentação saudável é essencial porque é na infância que as referências alimentares são estabelecidas, em grande parte graças à ajuda dos pais. O senso comum, portanto, nem sempre desenha um retrato real do que deve ser considerado como saudável e a hora de agir deve ser agora.
FONTES:
(1) "Na faixa etária dos 5 aos 9 anos, o percentual de crianças com excesso de peso chega a 33,5%."
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) ? 2008-2009. Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. 2010.
(2) The Infant Kids and Study (IKS) é um estudo realizado pela Nestlé na região metropolitana de São Paulo em dezembro de 2015
(3) "Overweight kindergartners had four times the risk of becoming obese by the age of 14 years as normal-weight kindergartners" (
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1309753#Top=&t=articleResults)