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DINO - 25 mai, 2016) - Segundo
Ricardo Guimarães, executivo do Banco BMG, entre os motivos que fazem com que as empresas optarem por não usar o capital aberto é o interesse em manter as transações confidenciais, maior rapidez na transação e o fato dos bancos darem menor prioridade as necessidades dos clientes.
No ano passado, as transações que envolveram empresas foram avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, no entanto os compradores não usaram consultores financeiros em 26% delas, de acordo com a Dealogic. Em 2016, o volume de fusões vem crescendo, contudo há um aumento dos negócios fechados sem o uso de bancos, o que segundo o executivo do
Banco BMG demonstra uma nova tendência que vem crescendo desde 2014.
Não é algo bem visto pelas instituições bancárias que recebem grandes quantias intermediando essas relações. O que, de acordo com Ricardo Guimarães, ocasiona em uma menor participação dos bancos no mercado, os quais atuam na consultoria e no empréstimo nas aquisições.
A participação das butiques e o novo posicionamento das empresas
As butiques são as firmas independentes que oferecem serviços relacionados aos bancos de
investimento e consultoria, a exemplo da Moelis & Co. e Perella Weinberg Partners LP. Essas empresas aumentaram sua participação no mercado em torno de 8% nos últimos anos. O que tende a aumentar nos próximos anos, segundo Ricardo Guimarães do Banco BMG.
As empresas que buscam fusões e aquisições apresentam equipes internas que desenvolvem todo um planejamento para fecharem negócios favoráveis, constroem modelos financeiros e executam transações sem a ajuda de profissionais de bancos.
Em contrapartida, as instituições bancárias colocam entraves nas transações como a criação de restrições nas remunerações e outras barreiras que criam novas oportunidades para
consultores experientes atuarem dentro das empresas, mesmo com remunerações menores que as pagas pelos bancos. Para Ricardo Guimarães, agindo dessa forma, os profissionais não só almejam cargos mais altos como também remunerações mais expressivas.
E os bancos, como ficam?
Segundo o diretor do Banco BMG, as grandes instituições americanas possuem consultores que atuam junto as empresas. Eles possuem experiência de mercado e acesso a informações privilegiadas. Além disso, as companhias que atuam com o intermédio dos bancos tendem a ter menos entraves jurídicos no futuro sobretudo se o negócio não for feito de forma adequada ou quando o preço é questionado.
Nem sempre as empresas podem arcar com os custos de aquisição sozinhas e tem de recorrer aos empréstimos bancários, o que geralmente está relacionado com as consultorias fornecidas pelos bancos. Para Ricardo Guimarães, ações como a coordenação de um leilão sem o auxílio de um banco representa um risco jurídico que pode ser evitado pelas companhias.
Um exemplo visto nos últimos tempos mencionado por Ricardo Guimarães é o da Comcast, que trouxe Bob Eatroff, do Morgan Stanley, para o cargo de diretor de
desenvolvimento e logo comprou a DreamWorks Animation SKG por US$ 3,8 bilhões. A transação não foi intermediada por nenhum banco uma vez que era necessário agir rapidamente. O que nem sempre é possível quando há a intermediação.