Releases 25/05/2016 - 16:51

Falta de inovação na tecnologia pessoal exige cautela de investidores, noticia Flavio Maluf


(DINO - 25 mai, 2016) - O início do Século XXI marcou profundas transformações na tecnologia pessoal. Cada época foi marcada por desenvolvimento de nichos que hoje já estão consagrados no cotidiano das pessoas. De forma generalizada, comenta Flavio Maluf, assistimos a consagração dos computadores pessoais e dos smartphones como dispositivos quase onipresentes nos grandes centros urbanos.

O último grande paradigma, segundo Flavio Maluf, foi o iPhone, lançado pela Apple em 2007 e refinado daí pra frente. A gigante do vale do silício não só reconfigurou todo o mercado de telefonia, como reinventou o telefone celular como um dispositivo verdadeiramente útil e indispensável ao cotidiano. Todas as inovações posteriores como o Android e o esquecimento inevitável de sistemas como o Symbian da Nokia são tributários daquilo que a Apple tornou o mais desejado dispositivo móvel de todos os tempos.

O que assistimos no momento, no entanto, é a grande incerteza dos investidores quanto o futuro da tecnologia pessoal. Boa parte do que tem aparecido no mercado são pequenos incrementos de hadware e software sem nada que empurre o mercado para direções mais certeiras como o que ocorreu com o iPhone e o iOS.

Novas funções dos smartphones passam a ser exploradas, especialmente os recursos que se concentram nos sensores e no monitoramento de atividades físicas, como aponta o The Wall Stret Journal. Os dispositivos de realidade virtual também parecem revelar novos destinos para a tecnologia, mas ainda não estão presentes como ferramentas úteis, apenas como acessórios para tecnologias que ainda mantêm o smartphone como o centro das atenções.

As análises são quase unânimes em indicar que há uma estagnação naquela que mudou os rumos do design e da usabilidade dos dispositivos móveis, a Apple. Ela foi a inspiração para dezenas de marcas pelo mundo e ganhou vários processos por quebra de patentes graças à infinidade de produtos que, sem muita sutileza, copiavam o design dos iPhones e iPods, comenta Flavio Maluf. As disputas entre Samsung e Apple figuraram no noticiário tecnológico por muitos anos, mas acordos e o próprio marasmo dos setores de pesquisa e desenvolvimento acalmaram os ânimos e os tribunais.

Velhos senhores como o computador pessoal já mostram estagnação e tendem a ter o número de vendas em constante queda daqui por diante, comenta Flavio Maluf. O herdeiro do trono de Steve Jobs, Tim Cook, nega que a inovação esteja em férias no mercado de tecnologia pessoal. Ele aproveita as críticas para direcionar à publicidade: para ele o iPhone do futuro terá coisas que você ainda nem imagina que precisa, coisas sem as quais seria impossível viver, comenta o diretor presidente da Apple.

Mas o que se observa é um sentimento de fracasso em esforços recentes da Apple, o maior deles é o Apple Watch que vendeu metade daquilo que a Fitbit, especialista em monitoramento de atividades físicas, foi capaz de vender. Flavio Maluf relembra os esforços em torno de um carro da Apple que, de uma possível inovação, passou a um projeto menor diante da concorrência da Tesla, Alphabet da Google e as próprias montadoras de veículos.