Releases 25/05/2016 - 18:30

Alta tardia dos salários nos EUA com comentários do executivo Ricardo Guimarães


(DINO - 25 mai, 2016) - Ricardo Guimarães, presidente do Banco BMG, aponta que os Estados Unidos estão passando por um momento curioso, e paradoxal, em sua história: se por um lado grandes investidores se preocupam com o comportamento das taxas de juros e suas possíveis próximas alterações feitas pelo Federal Reserve (o Banco Central americano), por outro lado são os trabalhadores assalariados que podem causar uma verdadeira reviravolta no mercado norte-americano e nas bolsas.

Segundo Ricardo Guimarães, o homem à frente do banco BMG, essa situação se dá porque as empresas americanas estão se deparando com uma situação que não acontecia há anos: os salários estão em alta. Enquanto isso, o lucro líquido das companhias americanas está em queda e o preço das ações está nas alturas.

O número de pedidos de demissão nos Estados Unidos tem aumentado a cada dia e o tempo que uma empresa necessita para repor um empregado perdido é de cerca de 27 dias ? o maior desde 2001. Isso demonstra que os trabalhadores americanos estão confiantes de que encontrarão novos empregos, o que faz com que seu poder de barganha aumente consideravelmente diante das empresas. Ricardo Guimarães, do Banco BMG, ressalta que essa dinâmica nos salários dos trabalhadores americanos encontra apoio nos políticos, que aumentaram o salário mínimo em pelo menos 15 estados do país.

Ricardo Guimarães, presidente do Banco BMG, relata que o poder de consumo da classe trabalhadora americana demorou a ser resposto após a crise financeira de 2008, sendo o mais lento em mais de 50 anos. Mas agora, quando chegou, veio com tudo. E essa alta dos salários pode ser uma das sutilezas de mercado a qual menos os investidores estão se dando conta.

Ricardo Guimarães, presidente do Banco BMG, lembra que salários em alta ou em queda são capazes de alterar totalmente o comportamento de qualquer economia e de seus mercados. Um exemplo são as recentes pesquisas sobre emprego e desemprego realizadas nos Estados Unidos, com resultados frustrantes. Em nota divulgada pelo Conference Board aponta que gestores de grandes companhias americanas esperam uma diminuição no nível de contratações de novos trabalhadores nos próximos meses, devido ao considerável aumento salarial.

Para Ricardo Guimarães, presidente do Banco BMG, o que realmente determinará o futuro das contratações de novos empregados é a perspectiva com que as empresas virem o futuro: se elas enxergarem com o otimismo as oportunidades de crescimento, podem pagar o risco de arcar com salários maiores de seus empregados. Mas ele lembra que isso depende de como os trabalhadores irão usar esse aumento em sua renda: caso optem por consumirem, o que alavancaria consideravelmente a economia americana, as empresas veriam com bons olhos o aumento salarial e não teriam problemas em contratar pessoal novo; contudo, se assalariados norte-americanos optarem por poupar a maior parte do aumento de sua renda, a história seria bem diferente.

Por fim, Ricardo Guimarães mostra outra pesquisa realizada pelo Conference Board, na qual aponta que baixa no crescimento da população financeiramente ativa nos Estados Unidos até pelo menos 2030, o que aumentaria ainda mais a pressão por salários mais altos.