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DINO - 25 mai, 2016) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo estima mudanças no cenário atual da oferta de combustível, segundo projeções do
Banco BMG. A crescente disponibilidade tem levado os preços a uma tendência de queda nos últimos anos. Para o futuro a redução de investimentos indica um movimento que, em 2017, culminará numa demanda maior que a oferta, analisa Ricardo Guimarães.
A Opep é um cartel que reúne países da África, Oriente Médio e América do Sul. Nos últimos dois anos a disponibilidade produziu situações que levaram a quedas de até metade do preço, mas a desvalorização não surtiu reações no conjunto exportador que manteve seus
níveis de produção, segundo análise do Banco BMG.
A queda será puxada por países fora da organização que, segundo o relatório divulgado mensalmente pela Opep, irá deixar de extrair 740 mil barris em relação ao ano passado, prevê
Ricardo Guimarães. A Opep já havia divulgado projeção de queda para este ano, mas o último relatório atualizou a quantidade de barris com exclusão de 10 mil em relação aos números outrora divulgados.
Países fora dos Estados Unidos já demonstram queda no ano atual cuja tendência culminará em déficit líquido no ano que vem, o que irá impulsionar o preço dos barris. Na produção estadunidense há projeções que indicam uma diminuição de 431 barris por dia em comparação a 2015. A conta fecharia nos 13,56 milhões de barris extraídos diariamente.
Para o presidente do Banco BMG, Ricardo Guimarães, a redução também será observada na China, México, Reino Unido, Cazaquistão e Colômbia e também em outros países no próximo triênio representando uma queda de 40 bilhões no total de investimentos até o ano de 2018. O valor representa um corte pela metade dos do que foi aplicado entre os anos de 2012 e 2014.
Entres os países que integram a Opep ainda observa-se o aumento na produção que é minimizada pela redução em países fora do cartel. Uma tentativa de redução mais radical, recentemente discutida entre os países, foi anulada graças às condições impostas pela Arábia Saudita que exigiu que o Irã também limitasse a sua produção, acordo que parece longe de se concretizar.
O país, no entanto, não aceitou as imposições de limites à sua produção inclusive aumentando-a em cerca de 198 mil barris a mais que no mês antecedente, segundo Ricardo Guimarães do Banco BMG. O Irã extraiu no quarto mês de 2016 3,45 milhões de barris de petróleo que representou um
aumento para 32,44 milhões de barris nos países integrantes da Opep.
Estimativas do Banco BMG indicam aumento da demanda que controlaria os preços mediante este ligeiro aumento da produção que tende a se estabilizar nos anos posteriores. A situação atual já quantifica redução de 950 mil barris na
produção mundial, pontua Ricardo Guimarães. O relatório da Opep vem de encontro à notícia divulgada pela Agência Internacional de Energia que já divulgara a redução na produção mundial nos primeiros meses do ano de 2016. Nos meses finais de 2016 é esperado uma queda de 200 mil barris ao dia.