São Paulo--(
DINO - 01 mar, 2016) - As movimentações econômicas e sociais ocorridas no Brasil na primeira década do século XXI geraram uma demanda maior por parte dos consumidores, seja no quesito volume ou variedade. É o que reporta
José Borghi, da Mullen Lowe, antiga
Borghi Lowe.
Algumas características específicas dos novos modos de vida da população provocaram mudanças nos hábitos de consumo e fortaleceram determinados setores. Um exemplo é o número de casal sem filhos, observa o empresário da
Mullen Lowe. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontava, em 2006, que 8,6 milhões possuíam apenas casais como residentes, sem a presença de filhos. A projeção para 2016 é que esse número chegue próximo do dobro: 16 milhões. Os impactos disso podem ser sentidos no crédito para pessoa física, refeições prontas e no mercado de decorações. Isso porque, sem ter uma fonte de gastos a mais, o dinheiro dos casais escoa para outros projetos e vontades pessoais, uma vez que eles possuem mais tempo disponível para consumir. Isso obriga até mesmo as construtoras a repensar a forma como constroem os edifícios, com o intuito de adaptar os espaços às novas tendências.
Na mesma linha, o avanço de pessoas morando sozinhas também chegou próximo do dobro em dez anos, segundo levantamento e projeção do IBGE. Isso possui impacto direto em produtos práticos com porções individuais. Entram na lista os suplementos alimentares e aparelhos portáteis de música. Outro fator identificado pelo empresário, a partir das pesquisas, é que o Brasil está em processo de envelhecimento da população, algo que ocorre há algumas décadas na
Europa e Japão. Com o aumento na expectativa de vida, a população idosa assume uma proporção maior no consumo.
É possível apontar, também, reflexos a partir do crescimento da mulher no mercado de trabalho, que faz aumentar o número de contas correntes em bancos e até mesmo de tintura para cabelo, observa o executivo da Mullen Lowe, antiga Borghi Lowe.
Por estar mais próximo dos consumidores, um dos setores que mais sente as mudanças no perfil deles é o varejo. Os supermercados, por exemplo, passaram a não focar apenas nas grandes estruturas físicas. Assim, surgiu um novo conceito, que trabalha com lojas de no máximo 200 metros quadrados. Esse tipo de estrutura surgiu nas capitais, mas já avançou para cidades do interior. O comércio online também teve um salto, especialmente após 2011. A Pesquisa Global de
E-Commerce, realizada pela Nielsen, constatou que os consumidores da América Latina são os que mais procuram por produtos para compra online. Por outro lado, não é a região que mais compra. Entre os motivos, apontado na pesquisa, estão os altos volumes de taxas e impostos, além de problemas de logística, como lembra o empresário da Mullen Lowe.
Esses dados significam que identificar as mudanças sociais e econômicas é algo fundamental para as empresas. Em um mercado que exige uma segmentação cada vez maior, ter a sensibilidade de lidar com as mais diversas camadas de clientes em potencial, atendendo a necessidades específicas de cada um, é a chave para sobreviver e evoluir no meio comercial.
Website:
http://us.mullenlowe.com/